Iraque exige que a sua soberania seja respeitada

Foto
Sabri assegurou que o Iraque não tem armas de destruição maciça Beth A. Keiser/AP

O Iraque está disposto a cooperar com o Conselho de Segurança, declarou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros de Bagdad, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Mas, salientou Naji Sabri, a soberania e segurança do país têm de ser respeitadas.

"O Iraque pretende que a carta de princípios da ONU e o direito internacional sejam respeitados no que diz respeito aos seus próprios interesses e à sua soberania", afirmou o ministro.

"O Iraque rejeita qualquer ingerência de quem quer que seja no que diz respeito aos seus direitos de soberania, segurança e independência", acrescentou.

Lendo uma mensagem do líder iraquiano, Saddam Hussein, o chefe da diplomacia de Bagdad adiantou que, por razões de segurança, os inspectores de desarmamento da ONU poderão não ter acesso a algumas áreas durante a sua estadia no país, nomeadamente aos terrenos em volta do palácio presidencial.

No entanto, o ministro iraquiano voltou a convidar políticos e peritos estrangeiros a deslocarem-se às instalações que quiserem, nomeadamente às que foram designadas pelos EUA como as que produzem actividades ilícitas. "Forneceremos todos os meios que necessitem para atingirem o seu objectivo, que é o de ver a realidade dos factos com os seus próprios olhos", assegurou Sabri.

No mesmo discurso, Naji Sabri assegurou que o país está "limpo" de armas nucleares, biológicas e químicas, acusando os EUA de "fabricações", para poderem justificar um ataque contra Bagdad para controlar o petróleo do Médio Oriente.

"A Administração americana quer destruir o Iraque para controlar o petróleo no Médio Oriente e, consequentemente, controlar a política, bem como o petróleo e a economia de todo o mundo", leu o ministro. Sabri acusou ainda o Presidente George W. Bush de utilizar "a máquina de propaganda americana" contra o Iraque, nomeadamente através de "mentiras e distorções".

Os EUA já reagiram à carta de Saddam, qualificando-a como um "revés decepcionante". O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, declarou que o discurso de Sabri revela que o Iraque "não quer aceitar a verdade" e "revela falta de vontade para mudar de atitude ou comportamento". "Infelizmente, o discurso não apresentou nada de novo e é mais do mesmo", lamentou.

Também hoje, o vice-primeiro-ministro iraquiano, Tarek Aziz, garantiu que Bagdad está disposto a resolver os problemas em suspenso com as Nações Unidas através de meios diplomáticos e em conformidade com as resoluções internacionais.

Sugerir correcção
Comentar