Contem connosco

Os que sabem do papel determinante do PCP nos avanços conseguidos nesta nova fase da vida política nacional não se poupam a esforços para tentar que nos acanhemos.

As eleições de 1 de Outubro confirmaram a CDU como a grande força de esquerda do Poder Local democrático!

Já sei que alguns lerão esta minha afirmação com o mesmo desdém com que sempre olham para as apreciações do PCP sobre as evoluções da vida política nacional que vão para além da espuma dos dias e não se amedrontam com a barreira mediática que decidiu, há muito, que o PCP iria sair derrotado destas (como de todas as anteriores) eleições e desse novelo não conseguem sair.

Mas eu insisto. A manutenção, no essencial, da sua expressão nacional, que aliás começou pelo facto, sempre silenciado, de que foi a força que mais listas apresentou a órgãos municipais, a confirmação, quando não mesmo reforço, de importantes resultados em cidades como Lisboa, Porto, Coimbra ou Braga, a Presidência de 24 Câmaras e 139 Freguesias, e eleitos um pouco por todo o País, são um importante cartão de visita para uma força com a qual as pessoas contam para dar resposta aos seus problemas.

E as perdas que sofremos, que não só não escondemos ou escamoteamos, como apontamos pelo que de negativo têm, em primeiro lugar para as populações, que não tardarão a arrepender-se pelas dificuldades acrescidas que colocam à nossa acção para a defesa dos seus direitos e interesses colectivos, não diminuem esse facto.

Essas perdas representam, é certo, menos capacidade de intervenção institucional, mas não nos desviarão do caminho que definimos há muito.

Não nos verão ceder ao populismo ou à instigação do ódio para ganhar votos. Não resvalaremos para a mentira ou para a calúnia para captar simpatias. Não poremos em causa o valor do Poder Local democrático, para ter os favores da Comunicação Social. Não favoreceremos as vedetas de pacotilha anunciadas na TV ainda que eles augurassem vitórias.

Não nos desviaremos, de facto, do caminho que decidimos de nos batermos pela defesa, reposição e conquista de direitos, para aliviar os trabalhadores e o nosso povo da carga que quatro décadas de política de direita, e particularmente os quatro anos de má memória do PSD e do CDS, lhes impôs.

Na leitura dos resultados da CDU que, tal como era esperado, têm uma bitola diversa de todas as outras forças, digo-o sem rodeios, mais do que se fazer análise sobre o que aconteceu nas suas múltiplas e complexas realidades, procura-se condicionar a acção futura do PCP.

Os que sabem do papel determinante do PCP nos avanços conseguidos nesta nova fase da vida política nacional – para lá dos que se metem em bicos de pés para ficarem com todas as bandeirinhas, mesmo aquelas de que já tinham desistido, de que é exemplar o aumento de pensões e reformas no valor de 10€, só possível porque o PCP nunca dele desistiu –, não se poupam a esforços para tentar que nos acanhemos.

Desenganem-se. Têm de contar connosco. Para nos batermos pelo aumento dos salários e designadamente do salário mínimo nacional para 600€ já em Janeiro de 2018. Para reclamar um novo aumento extraordinário de 10€, para repor uma parte do poder de compra perdido dos pensionistas. Para nos batermos por mais apoios sociais, nomeadamente no alargamento do abono de família e pelo fim dos cortes no subsídio de desemprego. Para lembrarmos que a preocupação com a floresta tem que ter agora expressão nos meios, no pessoal e no financiamento que lhe é dedicado. Para alargar o investimento público, que dê resposta às múltiplas carências em diversas áreas, designadamente na saúde.  Para tantas e tantas batalhas de que nunca desistimos. Para lutar pela política patriótica e de esquerda que faz falta ao País.

Contem connosco já no debate do Orçamento do Estado. Com a mesma determinação. Com a energia de cada um dos 15 deputados do PCP e dos 2 do PEV na Assembleia da República, que não alterou a sua composição.

E contem connosco, naturalmente, todos os cidadãos das autarquias geridas pela CDU, para prosseguir o Trabalho, a Honestidade e a Competência que caracterizam a nossa acção e levaram centenas de milhar a depositar a sua confiança nas nossas candidaturas.

Mas já agora, contem ainda connosco os homens e mulheres das autarquias onde a CDU perdeu posições nestas eleições. Não esperaremos para regressar daqui a 4 anos. Aqui estamos, já hoje, para defender o direito dos trabalhadores e do povo aos serviços públicos, ao desporto, à cultura, à mobilidade, ao ambiente sadio e equilibrado.

Contem connosco, sim, porque nós contamos com os trabalhadores e o povo na luta de massas que tem de continuar e de se aprofundar, para obrigar o Governo minoritário do PS a ir mais longe na reposição, defesa e conquista de direitos, salários e rendimentos.

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