Contra as sondagens, Moreira reitera pedido de maioria absoluta

O Porto acordou com uma sondagem que dá empate entre Pizarro e Moreira. O socialista ignorou e preferiu falar de turismo.

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Moreira sorri nas ruas, mas reagiu mal a uma sondagem MANUEL ARAÚJO/LUSA

Este ano, Rui Moreira ainda não entrou na loja de Rogério Moreira. Se não bastasse a palavra do comerciante, que aqui trabalha desde os 12 anos, os panfletos de campanha arrumados num canto do Cafézeiro podem servir de prova. Não há nenhum do actual Presidente de Câmara, mas Rogério podia ter recebido um ontem. Ficará para a próxima. “Passou aqui perto, mas foi logo para aquela porta ali”, diz Rogério enquanto aponta para o District – um centro empresarial inaugurado este ano e o palco da segunda acção de campanha do dia do movimento independente “Porto, o nosso partido”. Mas o dia tinha começado mais cedo — e com sabor amargo — para o actual presidente de câmara, que acordou para uma sondagem que o coloca taco a taco com Manuel Pizarro, do PS, na corrida à Câmara Municipal.

Em reacção, e logo de manhã, o actual presidente da Câmara do Porto enviou às redacções um comunicado intitulado “sondagens falsas”, onde se lia que está em curso “uma operação que visa manipular a opinião pública”. à saída do centro empresarial, que considerou em exemplo de empreendedorismo, o candidato apelou ao voto no dia 1 de Outubro, dizendo que “seria importante para a cidade” uma maioria absoluta. E mais nada quis dizer sobre as sondagens.

Manuel Pizarro optou por não se debruçar sobre o tema. Num debate durante a tarde sobre turismo — um assunto que tem atravessado toda a campanha — o ex-vereador da Habitação lembrou a importância de conciliar as políticas públicas com o investimento privado.

Mas era de turismo, e sobretudo dos seus efeitos, que se falava e Pizarro aproveitou para considerar que as opiniões tendem a extremar-se quando o assunto é este. “[A campanha] gravita entre aqueles que, um bocadinho à minha direita, acham que vivemos no melhor dos mundos e aqueles que acham que se o assunto se resolvia com medidas draconianas anti-turismo”, afirmou.

A troca de ideias terminaria cerca de uma hora depois. Manuel Pizarro já mostrava sinais de pressa. Talvez por se estar a poucas horas de novo debate televisivo, que decorreu à noite no Porto Canal. A mesma razão que explica que, na zona ribeirinha da cidade, em Miragaia, a acção de contacto com a população da CDU não contasse com a presença da candidata Ilda Figueiredo.

Na zona da Alfândega, perto da obra Mira, de Daniel Eime, um espelho da população envelhecida nesta zona da cidade, arrancava a arruada, liderada pelo candidato à Assembleia Municipal, Rui Sá. São ruas que a CDU conhece bem. “Foi desde o 25 de Abril a única freguesia do partido”, lembra o candidato. O homem que liderou a freguesia entre 1980 e 1994 também se junta. Joaquim Nascimento passou uma vida aqui e conhece estas ruas de cor.  “Estas ruas estreitas tornam possível criar mais intimidade com as pessoas”, lembra o ex-presidente da Junta de Miragaia.

Texto editado por Ana Fernandes

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