Não te podes esquecer de tomar um medicamento? A Florence avisa-te

André Fialho e David Hartwig criaram o "chatbot" Florence, uma "amiga virtual" que não te deixa esquecer de tomar a medicação. Já 20 mil pessoas aderiram ao serviço

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Uma "amiga virtual" electrónica que lembra as horas de tomar medicação através de mensagens pelo Facebook ou Skype é utilizada diariamente por duas mil pessoas, disse à agência Lusa o co-autor da Florence, André Fialho.

Licenciado em Bioengenharia, André Fialho está baseado em Boston, nos Estados Unidos da América, e juntou-se ao alemão David Hartwig, criador da ideia. A dupla espera um dia que o projecto venha a ser determinante na ligação entre doentes e médicos, que cada vez têm menos tempo para estar atentos aos pacientes.

Por enquanto, a Florence (inspirada na enfermeira britânica Florence Nightingale) é "uma espécie de amigo ou contacto virtual" que as pessoas podem acrescentar aos seus programas de troca de mensagens e de quem podem receber lembretes para tomar medicação ou registar consumo de água, alimentos, exercício ou ciclos menstruais.

No primeiro contacto, o chatbot Florence avisa que nada do que possa "dizer" se substitui aos cuidados médicos e pergunta em que pode ajudar em duas vertentes: dar conselhos de saúde relativos a alimentação, sintomas de doença ou exercício ou ajudar a cumprir as indicações de médicos. "É tudo baseado em fontes da literatura que se baseia em evidência científica e aprovado pela [agência norte-americana que supervisiona os alimentos e medicamento] FDA", afirmou André Fialho. No futuro, os autores do projecto esperam "envolver os especialistas na área da medicina" para contribuírem, assinalando que o objectivo principal de Florence é "motivar as pessoas para seguirem o que os médicos dizem".

Desde Junho de 2016, quando foi lançado, mais de 20 mil pessoas aderiram ao serviço e há mais de duas mil que o seguem diariamente. André Fialho indicou que ainda está na fase inicial e que com o seu parceiro estuda a melhor maneira de conseguir o mais difícil: "cativar as pessoas". Quando chegarem a essa fórmula, que pode ser a evolução para uma espécie de jogo, procurarão levar a Florence aos hospitais para servir como uma maneira de criar e manter ligação com os doentes, sendo "um elo de ligação entre médicos no hospital e pessoas em casa. Por enquanto, Florence apenas fala inglês, mas nos próximos meses falará ainda português, espanhol e francês.

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