“O digital aprendeu quase tudo com os livros”

Tudo começou em casa e com música, entre conversas sobre arte e capas de discos de vinil. Mas também as cores do desporto e a paisagem das ilhas. José Albergaria, designer gráfico, fala de como aliar fantasia a funcionalidade, enquanto se pode perder nas ruas de Paris atrás de uma imagem.

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"Um designer gráfico é um bocado uma esponja." Louise Allavoine/Hans Lucas

A lista de clientes é extensa. Phaidon, Cahiers du Cinéma, Fundação Calouste Gulbenkian, Philharmonie de Paris, Noveau Théâtre de Montreuil, Jeu de Paume, Centre Pompidou. Livros, cartazes, sinalética para exposições, jornais, revistas, o trabalho gráfico de José Albergaria é conhecido entre o mundo do design. Nasceu nos Açores, viveu no Canadá, estudou Belas-Artes em Lisboa, trabalha em Paris, onde é um dos sócios do atelier Change is Good. A conversa decorre tarde, à noite, quando está a terminar mais uma edição dos Cahiers, num sotaque que garante que é da ilha de São Miguel e não de Paris, onde vive há quase 20 anos.

José Albergaria, designer gráfico. Como define o que faz?
Design vem de desenho, mas está associado à reprodução. É tudo o que for objecto de desenho e seja reproduzido. O design gráfico trata a bidimensionalidade, mesmo se evoluir e for aplicado a uma terceira dimensão em exposições, sinalética, mas é mais o tratamento de superfície e a comunicação. O designer gráfico tem a obrigação de tratar uma mensagem para que seja fácil de perceber, apelativa, gerar uma emoção. E porque imagem é comunicação, visualmente está-se sempre a comunicar, a emitir uma mensagem. O ponto de partida é esse. O designer gráfico trabalha com uma encomenda, tem um objectivo e vai à procura de como chegar a ele da melhor maneira, acrescentando alguma coisa especial.

É também uma disciplina artística. Como chegou a ela?
Tinha dois tios artistas, a Ana Vieira e o Eduardo Nery. A Ana Vieira era irmã da minha mãe. Desde sempre tive contacto com esses dois seres que traziam para casa o convívio com as artes. Estavam eles, os amigos deles, os quadros deles, as serigrafias, fotografias, desenhos. Fui influenciado por essa convivialidade; partilhava muita coisa com eles. Essa ligação forte influenciou a família toda. Uma das minhas irmãs também tem essa proximidade às artes, apesar de ser antropóloga; tenho um primo e cunhados arquitectos. Foi como morder um isco e não o largar.

Li que tudo começou de forma mais séria com a paixão pelas capas de discos de vinil.
Foram o primeiro clique. Uma pessoa nunca sabe muito bem do que gosta naturalmente. Há uma série de neurónios que acabam por ser mais estimulados, e a música sempre foi um destes estímulos e importante; sempre adorei música e as capas dos discos sempre me fascinaram. Ligava a fantasia visual às imagens que poderiam criar uma música e as capas ajudavam. Depois havia uma ligação forte ao surf, e havia o hóquei no gelo, todas as cores do desporto, e a natureza dos Açores. Como já deve ter percebido, o meu sotaque não é francês, é açoriano, micaelense.

Mas esses dois sotaques parecem conviver bem.
Foneticamente há uns cruzamentos.

Falou em criar uma fantasia, mas no design gráfico a fantasia tem de andar aliada à utilidade ou funcionalidade.
Há fantasia, mas há um trabalho extremamente técnico; tem um rigor e um lado mais livre. Quando se trabalha para uma exposição num museu, há regras, normas de ergonomia muito definidas. Há o equilíbrio entre fantasia e as obrigações técnicas e como até onde estas podem ser aplicadas e conviver.

Equilíbrio entre arte e funcionalidade. Como é que alguém que tem como primeiro impulso a arte lida com o facto de ter de estar a cumprir uma função?
Todos nós nascemos com um lado artístico, todo o ser humano tem esta sensibilidade e um desejo de exprimir alguma coisa. Isso é ou não educado, aperfeiçoado; depois tentamos perceber o que se quer fazer com essa sensibilidade. A maior parte dos designers gráficos além do impulso criativo procuram regras, organização, um objectivo claro. Na arte esse objectivo claro é mais anguloso, mais difícil de encontrar.

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"[A comunidade portuguesa em Paris] é complexa e com muitos complexos, mas há uma forte condescendência por parte dos franceses e não só" Louise Allavoine/Hans Lucas

O seu atelier trabalha com edição, cinema, exposições, sobretudo a área cultural.
É verdade que me sinto mais próximo do meio cultural, mas todas as áreas têm a sua riqueza. A relação que se cria com o outro, o cliente ou o fornecedor de conteúdo, é como uma fusão química. É difícil dizer se prefiro trabalhar com fotografia, cinema ou a identidade gráfica de uma empresa seja qual for. Fazer um livro de antropologia com os maiores antropólogos franceses é fascinante; cada conversa é como atravessar um novo mundo para mim. Estes possíveis contactos profissionais são um privilégio.

Trabalhar em Paris ou em Lisboa é diferente?
Quando saí de Lisboa, era muito novo. Lisboa e Portugal estão tão diferentes. Não posso comparar o momento actual com o de então. Ao falar com colegas e amigos, vejo que há problemas diferentes, mas outros muito idênticos. A fragilidade económica em Portugal é um problema, especialmente na área em que trabalhamos. Financeiramente, França tem mais solidez, mesmo que não esteja num tempo de vacas gordas, mas é um país que dá mais importância à cultura, de modo que o sistema cultural institucional é muito mais potente e elaborado. Há uma política cultural contínua.

O Governo em França mudou. A política cultural alterou-se?
Em França o Ministério da Cultura tem uma grande tradição, foi o primeiro Ministério da Cultura que existiu, por isso as instituições culturais públicas são extremamente fortes, mas estão a perder terreno e poder. A França está a entrar num liberalismo híbrido na cultura pública e uma das discussões mais importantes entre nós é como é que o designer gráfico — que tinha um papel bastante importante nessa organização que se começa a dispersar nos anos 2000 — está a perder um terreno enorme para grandes empresas de comunicação e de publicidade. Muitos designers gráficos que conheço trabalham muito para a cultura em instituições públicas. Nessas grandes empresas de comunicação, com vertente mais comercial, há uma postura de facilitar e de se submeter a um marketing selvagem, é ele que domina cada vez mais os grandes projectos. O designer gráfico passa a ser um serviço, executa. A parte de fantasia fica em segundo plano e é submetida a uma directiva. O lado criativo apaga-se e fica ao serviço de alguém que diz: “Faz assim.”

Fale-me do ponto zero da criação. Tudo começa com imagens?
Não necessariamente. Uma imagem, uma ideia... é difícil dizer qual é o clique. O meu atelier chama-se Change is Good e tem a ver com essa noção de que cada projecto tem uma natureza própria, que não queremos um sistematismo. Cada projecto tem de ter a sua própria vida e essa vida vem de onde vier. Nunca se sabe.

A sua área de eleição é o papel?
Sim.

Qual é encanto do papel?
O papel é mais completo, no sentido em que é táctil, olfáctico, é uma matéria fascinante. O digital tem muita coisa que acho incrível, mas este suporte, o papel, é já em si de uma complexidade e beleza incríveis.

O digital não veio matar o papel?
Não, não. O digital veio aumentar e facilitar os serviços, acelerar o processo e, para o nosso quotidiano, acho que o digital já é mais importante do que o papel. Veio ocupar um grande espaço no lado administrativo, criativo e de informação, mas os livros continuam a ser editados, impressos e a ter uma grande força. O digital transformou o papel, porque um não ignora o outro. O digital aprendeu quase tudo com os livros e os livros andam a aprender muita coisa com novidades vindas do digital, mas um não substitui o outro. O livro digital funciona, mas o livro digital no iPad acho que não funcionou. Carrega-se uma aplicação, é fantástico ter um vídeo associado e música e som, mas acho que falta a “matéria”.  Fizemos um livro sobre a Mona Lisa. Toda a história da Mona Lisa, os documentários, o discurso do [André] Malraux, vídeo, rádio... Ficou incrível, mas foi um flop comercial, não pegou.

Falta o objecto?
Falta o objecto, a partilha. Há a ausência de um certo romantismo que afinal nós todos temos. Agarrar num telemóvel é um gesto de uma indiferença incrível e depois há isto [diz, enquanto pega num monte de livros]. Isto tem uma tela, tem uma textura, a impressão varia, é de uma riqueza incrível. Um livro bem desenhado pode parecer banal, mas extremamente rico em detalhes. Não apenas detalhes visuais, mas tácteis, de formato, o modo de o agarrar, caber nas mãos. Eu gosto de todas estas subtilezas e gosto de pensar nisso quando desenho e concebo um livro.

Esteve ligado a uma revista muito experimental na área do design gráfico, a Flirt. Eram os anos 90, o digital estava no início.
Sim. Participei no nascimento dessa revista da Galeria Zé dos Bois. Estive ligado à imagem da Flirt. Comecei a estudar Belas- Artes em 90-91, e a ter projectos em 95. A Flirt saiu em 96 ou 97, não me lembro bem. No início de 90, o computador passa a ter um impacto enorme na área criativa, era um utensílio extremamente potente também para a parte da produção. Nesse aspecto, a Flirt é importante, serviu para explorar, estávamos em plena experimentação com uma máquina que se conhecia mal. A imprensa mais tradicional adaptou--se de uma maneira lógica e racional; a imprensa mais rebelde, como a Flirt, arriscou mais. Era um terreno de experimentação para nós, no atelier Barbara says...

A revista apareceu em pleno processo de transformação...
Não respeitava regras de paginação de uma revista normal ou de um jornal normal. Pertenço a uma geração que teve a sorte de viver imensas transformações. Talvez seja uma das transformações mais radicais da humanidade, o aparecimento desta máquina fascinante, o computador. Olho para trás e sinto que estávamos a descobrir qualquer coisa que parece ilimitada. E ter formação nas Belas-Artes proporcionou esta fusão entre analógico e digital. 

É fundamental essa base clássica?
Faço muito trabalho “analógico” que depois é transformado digitalmente, mas quero que se sinta o gesto, por isso, sim, é importante.

Começa à mão?
Também. Não é necessário ir por um caminho puramente digital. Pode ser pictórico, fotográfico, desenho, uma colagem. Na minha geração a máquina era um bocado misteriosa e muito mais básica. Eu não sei nada de programação, nem me interessa. Houve uma fase em que queriam formar designers gráficos que fossem também programadores, mas felizmente isso já passou.

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"Faço muito trabalho 'analógico' que depois é transformado digitalmente, mas quero que se sinta o gesto" Louise Allavoine/Hans Lucas

É português, muito influenciado pela cultura anglo-saxónica e vive rodeado pela língua francesa. Trabalha com símbolos gráficos, letras que formam palavras, sentidos. Parecem muitas linguagens, línguas para fazer uma composição.
Uma língua é uma riqueza, um património em si, e é um património pessoal. O facto de dominar três línguas é fabuloso. Não sei bem como faço essa gestão. Agora, como estamos a conversar, estou a pensar somente em português. Há bocadinho estava com a redacção dos Cahiers du Cinéma e estava a pensar em francês. A partir de uma certa altura leva-se a língua com uma certa naturalidade. Falo francês, inglês e português sempre, são línguas com que estou sempre a funcionar. Passo por vezes de uma língua para outra quando o vocabulário ou a estrutura não estão a colaborar. Fazemos muitos livros, cartazes, slogans, capas de revistas, revistas, trabalhamos caracteres tipográficos. Quando se trabalha com a língua materna, sabe-se perfeitamente dominar o nível de humor, a transformação, a deformação, desconstruir sentidos. Na segunda ou terceira línguas há mais dificuldade, mas temos a lucidez de ver de uma maneira mais racional, menos emocional e analisamos de uma maneira mais distante; estamos sempre em análise, o que também é interessante. Os franceses acham que trabalhamos com a língua de uma maneira mais livre do que eles.

Sem cerimónias?
Sem cerimónias, como um pirata da língua alheia.

Desde 2012 que trabalha com os Cahiers. Sente-se o peso da tradição?
O Cahiers é um projecto que nos chegou às mãos quando estávamos a trabalhar com a Phaidon, a editora. O dono da Phaidon comprou os Cahiers du Cinéma e precisava de uma equipa. Acabou por nos convidar, mas não quis modificar a grelha gráfica a cem por cento. O interior vem sendo transformado desde os anos 90 e ajudámos a ajustar, a dar uma nitidez e melhor organização. É uma revista sóbria com uma boa selecção de imagem, com textos densos e sérios, mas não é o tipo de paginação que faríamos, se fosse criação nossa. Nas capas o processo é mais interessante, são um desafio num triângulo um bocado infernal onde está o director da publicação e o dono. Temos de ter várias soluções. Quando a revista sai para os quiosques, sentimos o peso da tradição nas redes sociais, aí há um monte de críticas, muitas são boas, muitas são duras. O pessoal é muito conservador!

Qual é o efeito da envolvência em que se trabalha no que se cria?
Não sou um eremita, de modo que o meio, a envolvência é extremamente importante, inspira, influencia. Um designer gráfico é um bocado uma esponja. Está sempre a olhar, a receber informação para mais tarde talvez reutilizar e transformar essa informação para construir os seus projectos. Estou em permanente alerta. Paris é uma cidade dura, mas tem muita vida e é socialmente muito dinâmica.

Perseguir uma imagem pode fazê-lo perder-se na cidade?
Sim. Aqui ando muito a pé. Um destes dias fui jantar a casa do designer Rik Bas Backer, meu amigo, vim da redacção dos Cahiers para casa dele, uns 40 minutos a pé, e andei a deambular. Sabia o meu destino, mas fiz o meu caminho seguindo coisas que me atraíam em esquinas diferentes, em ruas diferentes. Voltamos à ideia de observação. A cidade é muito rica em detalhes. A arquitectura, a rua, as pessoas, o comércio. Se não tenho uma hora muito precisa para chegar, deixo-me perder por essas atracções e o trajecto define-se por elas.

Como é ser um português em Paris?
Um português chega a Paris e confronta-se com uma comunidade portuguesa gigante com uma conotação muito forte. É-se confrontado com essa realidade rapidamente e percebe-se qual é a imagem que os portugueses passaram aos franceses e que os franceses construíram — a imagem de um povo que emigrou com muitas dificuldades, com grandes carências em vários sentidos. É uma comunidade complexa e com muitos complexos, mas há uma forte condescendência por parte dos franceses e não só. Eu não estava na mesma situação, os meus pais, felizmente, não tinham essas dificuldades; estudei, tinha acabado um curso superior quando cá cheguei, tinha mais oportunidades. Sou um português em Paris de uma nova geração, mais preparada, que fala várias línguas. Os portugueses em Paris são muitos e cada um adapta-se de maneiras diferentes. Mas há um gap forte entre diferentes gerações.

No trabalho alguma vez sentiu essa reserva inicial?
Sim, por vezes, mas impunha-me, se fosse necessário.

Formou-se em Belas-Artes em 1997. O que é que hoje é completamente obsoleto face a esse tempo e o que é que se mantém fundamental?
É fundamental perceber a história de arte, temos de saber que o que temos veio de algum lado. Nas Belas-Artes aprende-se História de Arte, Estética, Antropologia da Arte, a maneira de analisar uma imagem, como é que os olhos processam a imagem. Há um lado científico e cultural que se aprende nas Belas-Artes que vai ficar para a vida. Mas das coisas mais importantes foi o convívio, as conversas, os debates entre professores e alunos e entre camaradas.

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"Os franceses acham que trabalhamos com a língua de uma maneira mais livre do que eles." Louise Allavoine/Hans Lucas

Quais são as suas referências nesta área?
Há muita gente, muita coisa. Já falámos da música, da pintura, da escultura, da rua. E há tantas pessoas a trabalhar a um nível superinteressante e de tantas maneiras diferentes. Admiro muito o meu ex-sócio e amigo o António Silveira Gomes da Barbara says..., que está em Lisboa, e o meu actual sócio, Rik Bas Backer. São pessoas extraordinárias que admiro.

Como é que se mantém actualizado?
Visito galerias, museus, vejo filmes, leio o jornal, revistas. Uma das grandes vantagens de estar em Paris é a de estar numa cidade com uma oferta cultural invejável e de trabalharmos com muitas das instituições que produzem ou geram essa oferta. Automaticamente estamos envolvidos nessa cadeia. Assistimos a conferências, visitas guiadas, conhecemos os curadores ou organizadores. Estamos próximos destas pessoas, já isso em si ajuda a estar um pouco “actualizado”.

Pinta, faz desenho...
Sim. Não vou pintar um quadro com uma paisagem, mas às vezes pinto para utilizar nos meus trabalhos.

Faz fotografia?
Sim.

Esculpe?
Também, como a pintura, para reutilizar nos meus trabalhos.

Compõe?
Muito mal, mas às vezes componho sons para projectos.

Escreve?
Escrevo, também para projectos.

Saber como se faz nos diferentes domínios das artes ajuda o designer a funcionar?
Estimula e dá imensas possibilidades.

Como é o José Albergaria consumidor de arte?
Muito pouco, é caro de mais para mim; oferecem-me às vezes umas peças; música, sempre, apesar de comprar menos agora.

O que gosta de ouvir?
Muita coisa. O último disco que comprei foi um disco antigo do Pharoah Sanders, um jazz místico. Adoro a música dele. De novidades, estou sempre a procurar. Tenho quase tudo em vinil, tenho ouvido Mac DeMarco, Chromatics, Moodymann... Ao fazer investigações sobre Espanha descobri as composições de guitarra de Luis de Narváez... perco-me.

Qual foi a última capa de um livro que lhe chamou a atenção?
Faço bastante investigação de capas. Tenho aqui um livro, do Paulo Varela Gomes, Era Uma Vez em Goa [Tinta da China, 2015]. Ofereceram-me agora nos Açores. Estávamos a falar de colonialismo, de sítios que tínhamos visitado, eu falei de Goa e deram-me o livro. Gosto muito da capa [da autoria de Vera Tavares].

E cartazes de cinema?
Estou um bocado desiludido. Os filmes entram em distribuição maciça e os cartazes ficam todos parecidos e maus. Aquele de que gostei mais ultimamente foi um que o António [Silveira Gomes] fez para o filme do Miguel Gomes, As Mil e Uma Noites, estava por todo o lado aqui em Paris!

No início da conversa falava da paisagem dos Açores. Até que ponto a paisagem onde se cresce interfere na maneira de visualizar o mundo, transforma o olhar?
Nas Belas-Artes, na disciplina de Estética aprende-se a compreender a obra de muitos artistas, isso ligado não apenas ao sentimento que despertavam, mas a uma análise filosófica. Uma das coisas que aprendi no Romantismo foi a amplitude e força do sublime. Os Açores têm essa potência. Fica-se desarmado perante a paisagem.

Regressa sempre aos Açores?
Todos os anos. Tenho lá a minha família, os meus pais, os meus irmãos, os meus sobrinhos, primos, amigos. Não é só a paisagem.

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Louise Allavoine/Hans Lucas
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