Morreu o guitarrista jazz norte-americano John Abercrombie

Apontado como "uma das lendas do jazz contemporâneo", morreu na terça-feira aos 72 anos, em Cortland, no Estado de Nova Iorque. Em 1980, actuou no X Cascais Jazz.

Foto
Ao longo da sua carreira, gravou com Gil Evans, Gato Barbieri, Barry Miles ou Billy Cobham Filip Drabek

"Com profunda tristeza, a sua família anuncia que o lendário guitarrista de jazz John Abercrombie faleceu na tarde de 22 de Agosto", lê-se na página do músico na rede social Facebook. "A família aprecia as demonstrações de carinho e apoio e, respeitosamente, pede privacidade neste momento difícil", lê-se na breve declaração.

Abercrombie cresceu em Greenwich, no Estado norte-americano do Connecticut, onde começou a tocar guitarra aos 14 anos, sendo seu ídolo na época Chuck Berry. Acabou por aproximar-se do jazz e, em 1962, matriculou-se no Berklee College of Music, em Boston, onde estudou sob a direção de Jack Peterson e começou uma carreira como acompanhador e solista. Durante o período estudantil juntou-se aos Brecker Brothers, que se tornaram numa destacada banda de jazz rock do final da década de 1970 e princípios da seguinte.

Em Nova Iorque, John Abercrombie gravou com Gil Evans, Gato Barbieri e Barry Miles, mas começou a chamar a atenção quando fez parte da banda de Billy Cobham, tendo, entre outros, colaborado nos álbuns Crosswinds, Total Eclipse e Shabazz. Em Novembro de 1980, estreou-se em Portugal, no X Cascais Jazz, tendo actuado em quarteto com Richie Beirach (piano), George Mraz (contrabaixo), e Peter Donald (bateria).

No final da década de 1980, Abercrombie regressou a Portugal para orientar uma oficina no Palácio de Fronteira, em Lisboa, promovido pelo Hot Clube de Portugal, onde também actuou. Nesta vinda a Portugal foi decisivo o empenho do guitarrista Sérgio Pelágio, então professor da escola e ex-aluno de Abercrombie. Ao longo das décadas de 1990 e 2000, Abercrombie continuou a trabalhar e manteve um amplo calendário de actuações até pouco antes de sua morte. Desde 2000, o músico formava um quarteto com o violinista Mark Feldman, o baixista Marc Johnson e o baterista Joey Baron, com o qual tinha previsto várias actuações em Outubro.

Desde a década de 1970, trabalhou em diferentes formações: em duo com o guitarrista Ralph Towner, com quem voltou, ocasionalmente, a tocar durante a década de 1990; com o quarteto com que actuou em Cascais; em trio com o baixista Marc Johnson e o percussionista Peter Erskine; e também em trio com o organista Dan Wall e o baterista Adam Nussbaum.

Em nome próprio o músico editou cerca de 50 álbuns, além de dezenas de outros que contaram com participações suas. Wait Till You See Her, de 2009, foi o mais recente, tendo ainda colaborado em 2010 no álbum The Hour of Separation, com Joseph Tawadros.

Sugerir correcção
Comentar