Usain Bolt avisa: “Parem com o doping ou o desporto morre”

Velocista jamaicano prepara última competição antes da reforma, os Mundiais de Londres, que começam na sexta-feira.

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Usain Bolt lança um alerta a outros atletas: parem de usar doping ou o desporto terminará. Numa entrevista, terça-feira, o triplo campeão olímpico dos 100 metros e 200 metros sublinhou que o desporto ainda está a recuperar do escândalo de doping na comitiva da Rússia, antes dos Jogos do Rio 2016.

"Eu não acho que a situação possa piorar mais do que isto", disse o atleta, referindo-se ao caso da federação russa de atletismo, que foi banida em Novembro de 2015 após uma investigação independente liderada pela Agência Mundial Antidopagem ter exposto uma política de doping generalizada e patrocinada pelo Estado russo. “Esperemos que os atletas se apercebam do que se está a passar, que percebam que se eles não pararem estão a contribuir para a morte do desporto”, destacou o velocista jamaicano, que também era triplo campeão olímpico de estafeta 4x100m, até ter perdido a medalha de ouro de Pequim 2008 por desqualificação de um dos membros da equipa devido ao uso de doping.

“Com o passar dos anos estamos a fazer um trabalho cada vez melhor, os atletas estão a ficar limpos e a comunicação chega a cada vez mais atletas. Há cada vez mais a percepção de que se fizeres batota, vais ser apanhado”, disse Bolt, que vai arrumar as sapatilhas e reformar-se das corridas de alta competição depois do Mundial de Atletismo 2017, que começa na sexta-feira, em Londres e termina a 13 de Agosto. 

"Parece-me fantástico sermos nós a decidir retirar-nos e não o desporto a mandar-nos para casa. Quer dizer que estás satisfeito com o que fizeste", comentou o homem mais veloz do mundo, a três dias do início da sua última grande competição inernacional.

“Por alguma razão as pessoas estão à espera que perca”, disse. “Isto é o que a minha equipa me diz, por isso tenho de dar provas das minhas capacidades uma vez mais. Mas sou confiante, sempre. Quando entro em competição estou sempre confiante e entro a 100%”, disse o atleta na entrevista citada pelo diário londrino Guardian

Depois, surgiu a pergunta: “Como se sentirá na noite de sábado depois da final dos 100 metros?”. “Imbatível”, respondeu o jamaicano de 30 anos, que vai competir apenas nos 100 e 4x100 metros. Na cabeça dele, até já se vêem as capas dos jornais de domingo: "Usain Bolt terminou invicto numa grande competição. Foi imparável."

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Bolt celebra a sua primeira medalha de ouro nos 200 metros, em Pequim: ""Nunca achei que o conseguiria e cumpri o meu sonho. Estava tão feliz que nem sabia como celebrar" REUTERS/Dylan Martinez

Bolt garante estar "100% pronto" para ganhar as provas em que vai participar. "Todo o mundo me conhece e sabe que a cada nova época procuro novas motivações, penso no meu legado e em como quero ser recordado", prosseguiu o atleta que detém os recordes do mundo dos 100 metros (9,58 segundos) e dos 200 metros (19,19s).

"Nunca achei que o conseguiria e cumpri o meu sonho de ser campeão olímpico dos 200 metros. Estava tão feliz que nem sabia como celebrar", recordou, destacando ainda a estreia internacional pela Jamaica: "Tinha 13 ou 14 anos e estava superemocionado. Sobretudo por viajar, porque antes não tinha tido muita oportunidade de o fazer". Bolt não sabe o que vai fazer no futuro, além de "viajar e inspirar os jovens", contando-lhes a "experiência e motivá-los".

Algumas figuras internacionais, como o actor Samuel L. Jackson e a modelo Cara Delevingne, enviaram a Bolt, por vídeo, votos de boa sorte para o Mundial da despedida.

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