Somos a geração das raízes soltas

Afinal, quantos de nós vive ou trabalha no local onde ainda vota? E quantos de nós pensa em regressar a esse mesmo local?

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O país já vive o alvoroço típico das eleições mais peculiares: as autárquicas. Uma rua em obras, uma rotunda, o melhor artista para o bailarico ou o fazer mais e melhor em todo a aldeia, vila e cidade. Todos têm uma opinião a dar sobre os candidatos e seguem com humor os “tesourinhos”.

Mas, depois, há uma geração, a minha, a nossa geração, que agora é do país, da europa, do mundo. Lemos tudo sobre política internacional e interessamo-nos (e ainda bem) pelos Trumps e Macrons deste mundo, mas depois não aplicamos a mesma preocupação e espírito crítico quando se trata de escolher o presidente da nossa junta de freguesia ou da câmara municipal.

Afinal, quantos de nós vive ou trabalha no local onde ainda vota? E quantos de nós pensa em regressar a esse mesmo local? Para o bem e para o mal, somos a geração das raízes soltas que, por mais amor à terra, se esqueceu ou nunca se apercebeu da importância do chavão "poder local" e de como pode influenciar o nosso presente e o futuro.

Um dia, ouvi que "as eleições locais são o maior cimento e o melhor fermento da democracia em qualquer sociedade". Hoje, não podia estar mais de acordo com isso. Aqui é, ou deve ser, a política de coração, na qual o princípio e o fim são sempre as pessoas. O que é que enriquece uma terra mais do que o valor das suas pessoas?

Somos a geração que teve como adquirida a liberdade e o direito de votar. Quarenta anos depois das primeiras autárquicas, é importante e urgente que esta geração de raízes soltas contribua civicamente e vote. E exija inovação e visão a todos os níveis, para que essa exigência torne cada município, distrito e país melhor.

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