Santos Silva: ministros da Defesa e Administração Interna "estão à altura do Governo"

Ministro considera que é preciso distinguir o que é responsabilidade do Governo e das instituições portuguesas.

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Santos Silva está a substituir o primeiro-ministro António Costa, que se encontra de férias Miguel Manso

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta segunda-feira, em entrevista à RTP, que não há razões que justifiquem as demissões do ministro da Defesa e da ministra da Administração Interna. As declarações surgem em resposta à posição tomada pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas, que pediu esta segunda-feira a demissão destes ministros.

“Evidentemente, estão à altura do actual Governo. São membros do Governo”, começou por dizer Augusto Santos Silva. O ministro que está a substituir António Costa durante as férias do primeiro-ministro disse compreender “as iniciativas da oposição”, pois “faz parte do jogo democrático”.

Santos Silva considera os recentes acontecimentos em Pedrógão Grande e em Tancos como “muito graves”. Contudo, para o ministro dos Negócios Estrangeiros, “ser responsável é não hesitar na identificação de eventuais erros, de assacar eventuais responsabilidades, de tentar recuperar o material roubado em Tancos, de reconstruir o que ficou destruído no caso de Pedrógão Grande, de indemnizar as famílias” e, por isso, estes casos não fundamentam a demissão dos ministros em funções, defende.

A propósito da responsabilização das Forças Armadas no furto em Tancos, o governante pede que o processo de averiguação dos factos seja feito “sem nunca pôr em causa instituições públicas que são absolutamente essenciais”, “porque devemos esse respeito a esta instituição da nação portuguesa”.

“Podemos sempre melhorar as nossas infra-estruturas. A questão é que, as Forças Armadas, seja qual for a restrição orçamental que tenham, asseguram o cumprimento de todas as suas missões. E, portanto, quando há uma falha, como houve aqui, ela tem que ser identificada para poder ser corrigida”, sublinhou Augusto Santos Silva, quando questionado sobre a falta de acção prévia na segurança dos paióis em Tancos.

O ministro concluiu que “é preciso distinguir com clareza o que são as responsabilidades do Governo na condução da política — neste caso da política de defesa — e o que são as responsabilidades das instituições”.

Texto editado por Hugo Daniel Sousa

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