Deputado Ascenso Simões denuncia insegurança no Parlamento

“No dia em que houver uma acção terrorista no Parlamento morrem os que lá estiverem”, escreve o deputado socialista.

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daniel rocha

O deputado do PS Ascenso Simões denuncia nesta terça-feira aquilo que qualifica como a “insegurança” na Assembleia da República, acusando os deputados de discutirem o furto de armas em Tancos mas não o que se passa na casa em que vivem.

“O Parlamento vai discutir as armas roubadas. Mas não discute a casa em que vive, a insegurança em que se encontra, a debilidade da sua realidade enquanto estrutura de poder. Mas isso não tem importância nenhuma. No dia em que houver uma acção terrorista no Parlamento morrem os que lá estiverem e os muitos que nunca lá estão farão as audições posteriores sobre o acontecido”, escreve Ascenso Simões num artigo de opinião no PÚBLICO em que critica os outros deputados.

"Os últimos dias foram fartos em notícias sobre o desaparecimento de armamento do Campo Militar de Tancos. A situação merece análise, precisa de atenção e é delicada. Talvez por isso, quando vejo os dirigentes políticos a espernearem sobre a matéria fique com os nervos em pé, ponderando se merecemos o pessoal partidário que temos, se ele não estaria melhor num qualquer país da América Latina em chamas", escreve o deputado, que já foi secretário de Estado da Administração Interna.

“Na Assembleia da República não há segregação no ingresso, ninguém se identifica, de forma séria, à entrada, ninguém é barrado em áreas de segurança crescentes, ninguém se afirma responsável por tudo o que penetra e que sai, não há vigilância electrónica interna, não há, sequer, uma protecção ao edifício digna”, prossegue o deputado, alertando ainda para o que considera ser o deficiente controlo no parque de estacionamento. 

“Basta que a matrícula esteja registada para que o veículo tenha autorização de entrada. Ninguém sabe se o condutor está autorizado, se o veículo não terá sido roubado na noite anterior. E o mesmo se diz do que cada entrante leva na sua mala. Se transporta uma tonelada de explosivos os agentes da autoridade não se levantarão do seu lugar, aliás, nunca levantam, nem abrirão a mala do carro ou controlarão o que nele vai.”

“O país devia ponderar a sua segurança. Ir no cântico sempre presente do “bom povo português” é interessante. Mas os atacantes nunca saberão trautear canções de embalar…”, conclui o deputado.

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