Sindicatos médicos dizem que ministro mudou de atitude

Ministro da Saúde comprometeu-se a responder até ao final da legislatura às principais reivindicações, afirma o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos.

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Não será com “estados de espírito” que os problemas se vão resolver, dizem sindicatos Nuno Ferreira Santos

Os dirigentes dos sindicatos que representam os médicos saíram com algumas garantias do encontro desta terça-feira com o ministro da Saúde. Adalberto Campos Fernandes esteve na reunião, como reclamavam a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), e comprometeu-se a dar uma resposta gradual às principais reivindicações até ao final da legislatura, adiantou o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

O ministro passa agora a participar em todos os encontros até Setembro, data em que está prevista a conclusão das negociações, e compromete-se a apresentar contra-propostas concretas às principais reinvidicações dos sindicatos, que pretendem que as listas de utentes dos médicos de família passem de um máximo de 1900 para 1500, e que o número de horas mensais nos serviços de urgência seja encurtado de 18 horas para 12, segundo o dirigente sindical.

"Estas seis horas a menos [nas urgências] não são para os médicos irem para a praia, mas sim para fazerem mais consultas externas e cirurgias programadas", enfatiza Roque da Cunha, que acredita que Adalberto Campos Fernandes ”deu um sinal de ter percebido a dimensão da expressão da greve" de dois dias da semana passada.

Já no curto prazo, o governante comprometeu-se a abrir concursos para assistentes graduados e assistentes seniores, e a encontrar uma solução para os médicos de saúde pública, disse ainda.

Apesar da “atitude diferente” manifestada pelo ministro, Roque da Cunha sublinha que não será com “estados de espírito” que os problemas se vão resolver. “Aguardamos as contra-propostas e a reunião de 20 de Junho", frisa.

Segundo os números do SIM e da Fnam, a greve das passadas quarta e quinta-feiras teve uma adesão superior a 90%. O Ministério da Saúde não quis comentar os números de adesão à greve e, num comunicado divulgado antes da paralisação, avisou que não negoceia sob pressão.

Por negociar estão vários assuntos — além dos dois acima referidos, há outro que é considerado fundamental pelo SIM e pela Fnam: reduzir de 200 para 150 horas anuais o tempo de trabalho extraordinário que os médicos são obrigados a fazer.

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