RTP ainda não escolheu palco para o Festival Eurovisão 2018

Responsáveis pelo canal público dizem que processo está ainda em fase de estudo e de levantamento das condições necessárias para a realização do evento.

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A vitória de Salvador Sobral em Kiev trouxe a organização do próximo festival para Portugal TATYANA ZENKOVICH/EPA

O tema inunda os media e as redes sociais, e o site da Eurovisão anuncia mesmo que o palco do Festival da Eurovisão 2018 será Lisboa, e muito provavelmente o MeoArena. Mas a RTP nega que alguma decisão tenha sido já tomada.

“Estamos muito entusiasmados com a oportunidade de organizarmos o próximo festival, estamos a analisar os documentos que nos foram fornecidos pela Eurovisão e vamos fazer um levantamento das várias possibilidades por todo o país, mas nada está ainda decidido”, disse esta terça-feira ao PÚBLICO Nuno Artur Silva, administrador do canal público.

O site da Eurovisão apresenta em manchete a notícia de que Lisboa foi já escolhida como a cidade que vai acolher a final da próxima edição do festival, avança como data mais provável a segunda semana de Maio (dias 8 a 12) e mostra mesmo uma fotografia do antigo Pavilhão Atlântico, acrescentando que tudo aponta para que seja este o palco do evento.

Nuno Artur Silva nega, contudo, que a RTP tenha tido alguma reunião formal com a Eurovisão, e reafirma que tudo “está ainda em fase de estudo”. “Tivemos apenas, na segunda-feira, uma reunião com a equipa portuguesa que esteve em Kiev”, diz o administrador. E o director de programas, Daniel Deusdado, adianta que uma primeira reunião de trabalho com a Eurovisão está a ser apontada para o final de Maio, mas ainda sem data. “Até lá, estamos a zero, e é prematuro traçar cenários”, acrescenta.

Daniel Deusdado confirma que a organização do próximo festival caberá à RTP, mas os moldes em que a estação pública o irá fazer estão naturalmente ainda por definir. Sobre a informação também posta a correr de que as cidades que acolheram as últimas finais foram todas escolhidas por concurso público, o director de programas diz que não sabe “se isso é verdade”, e que terá havido diferentes modalidades. Também prematuro – acrescenta – é avançar orçamentos. Se há estimativas, não oficiais, que apontam para custos entre os 15 milhões e os 30 milhões de euros, Deusdado lembra que cada caso é um caso. E cita o exemplo da cidade de Bacu, no Azerbaijão, que para a final de 2012 terá gasto mais de 50 milhões de euros, mas que “quase construiu uma cidade, incluindo uma casa de espectáculos nova” para o evento.

Lembrando que a escolha do recinto para o festival não tem apenas em linha de conta a lotação da sala, Deusdado nota ser também preciso ter em conta “o espaço cénico e bastidores, as estruturas de apoio e a capacidade hoteleira da cidade”. Por isso, “é ainda cedo para falar do lugar e dos custos”, realça. Há toda uma montagem financeira que a RTP irá ter de fazer, mas há ainda um ano de distância até ao próximo festival.

Entretanto, e perante a perspectiva de a organização da final do Festival da Eurovisão 2018 poder acontecer noutros palcos do país que não necessariamente em Lisboa, há várias cidades e autarquias que estudam a possibilidade de entrar na corrida – casos de Guimarães, Gondomar, Santa Maria da Feira ou Faro. Já o Porto parece colocar-se à margem desse processo. Em reunião da câmara, e respondendo a uma questão colocada pelo vereador do PSD, Ricardo Almeida, o presidente Rui Moreira disse que “tendencialmente” se inclinava para que a cidade “não esteja interessada em despender 30 milhões de euros para receber o evento”. E defendeu que, “a haver um concurso público em que as idades se candidatem, a cidade que vier a organizar o festival deve arcar com os custos”. Com Beatriz Silva Pinto

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