Buyckx ganhou na primeira vez que fotografou paisagens a preto branco

Belga foi escolhido pela forma como registou o advento do Inverno e a transformação da natureza no Norte da Europa, num projecto que intitulou “Whiteout”.

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Frederik Buyckx

Frederik Buyckx foi o vencedor da décima edição Sony World Photography Awards, a maior competição mundial de fotografia, cujos prémios foram anunciados e entregues na noite desta quinta-feira, em Londres, Inglaterra. O jovem fotógrafo belga foi um vencedor inesperado. Buyckx, que ganhou igualmente na categoria de Paisagens, uma das dez do concurso, foi escolhido pela forma como registou o advento do Inverno e a transformação da natureza no Norte da Europa, num projecto que intitulou “Whiteout”.

A surpresa da escolha reside no facto de o júri ter deixado de fora trabalhos de grande impacto, sobre a prostituição de menores no Bangladesh, a eutanásia e o suicídio assistido na Europa, ou os casais e as suas relações amorosas na Arábia Saudita. Qualquer um destes trabalhos estaria, à partida, mais próximo, por exemplo, do vencedor do ano anterior: Asghar Khamseh, que ganhou o prémio graças à série “Fire of Hatred”, sobre as vítimas de ataques com ácido na Índia.

Mas também no facto de o belga nunca antes ter fotografado paisagens e, muito menos, a preto e branco. Buyckx, após uma série fotográfica nas favelas do Rio de Janeiro e entediado na ressaca desse trabalho, decidiu procurar o remoto, assistir à mudança que a neve opera na natureza, na busca de uma abordagem contemplativa e minimal. Para Zelda Cheatle, presidente do júri, a opção foi regressar à paisagem e à essência do olhar fotográfico. “A paisagem é central na nossa existência”, afirmou, acrescentando esperar que o trabalho premiado seja inspirador para outros fotógrafos.

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Nesta décima edição, uma parceria entre a Sony e a World Photography Organization (WPO), foram candidatados mais de 227 mil propostas de trabalhos fotográficos de 183 países. Como habitualmente, o evento homenageou um autor, pelos seus contributos para a evolução da fotografia, distinção que recaiu sobre o inglês Martin Parr, alguém que há décadas continua a observar com deleite e curiosidade o lado mais britânico dos britânicos.

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Scott Gray, da WPO, a competição surgiu da necessidade de criar uma rede de fotógrafos, e ao mesmo tempo de inspirar e ajudar os autores a ultrapassarem os seus limites.

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A competição premeia também fotógrafos a nível nacional, prémio que em Portugal foi entregue a Luís Godinho, com um projecto fotográfico captado no Senegal durante uma acção humanitária da Assistência Médica Internacional.

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