Adolescente que atacou liceu em França é fascinado pelo massacre de Columbine

O rapaz tem 17 anos e é filho de um vereador de Grasse. Feriu oito pessoas. Polícia fala em problemas psicológicos.

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Tiroteio no Liceu Tocqueville, em Grasse, terá provocado três feridos Reuters/ERIC GAILLARD
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Um jovem entrou com várias armas no liceu Alexis de Tocqueville, em Grasse, no Sul de França, e disparou pelo menos sobre três pessoas. Fez oito feridos ligeiros. A polícia fala de um tiroteio desencadeado por alguém com problemas psicológicos. As autoridades inclinam-se para essa via e não para um atentado terrorista, apesar de ter sido accionado o alerta de ataque.

"A polícia não está orientada para a pista terrorista", declarou Christian Estrosi, presidente da região Provence-Alpes-Côte d'Azur. "Parece alguém que tem problemas psicológicos", acrescentou. 

De acordo com os meios de comunicação franceses, o atirador, que tem 17 anos, foi preso para interrogatório. É estudante no liceu que atacou. O jornal Le Figaro diz que é filho de um vereador da cidade da Riviera Francesa. O Libération diz tratar-se de um vereador de Frente Nacional, mas que se juntou à equipa do presidente da câmara do partido Os Republicanos, de François Fillon.

O detido entrou na escola armado com uma espingarda, uma pistola, um revólver e duas granadas, sem que se saiba se estavam todas a funcionar.

Segundo informações das autoridades, o director do liceu estará entre os oito feridos. A polícia deu como terminada a intervenção no liceu.

Redes sociais

Durante os últimos meses, o adolescente publicou nas redes sociais imagens que glorificam tiroteios – em Julho de 2016, por exemplo, publicava no Facebook imagens do massacre de Columbine, em 1999, em que dois alunos de uma escola secundária dos Estados Unidos mataram a tiro 12 colegas e um professor. 

Segundo o jornal francês Libération, as páginas do jovem no Twitter e no Facebook têm várias referências a carnificinas, imagens de índole satânica e profecias de fim do mundo. Algumas imagens publicadas nos últimos meses mostram esqueletos armados, um homem armado com uma motosserra, mortos e cicatrizes na pele.

“Eu sou aquele que marcará a história com o vosso sangue”, é a introdução feita pelo estudante no seu canal do Youtube – só existem dois vídeos no canal, ambos relacionados com o massacre de Columbine. Este fascínio não é caso inédito – a violência de Columbine já suscitou vários imitadores, até mesmo em Portugal

Este tipo de publicações nas redes sociais foram alvo de um vídeo de alerta feito pela organização não-governamental Sandy Hook Promise, em Dezembro de 2016. O vídeo acompanha o dia-a-dia numa escola em que um rapaz dá vários sinais de que poderá cometer um ataque - o objectivo é que se fique atento a esses sinais.

Pouco depois do ataque, o ministro da Educação dirigiu-se para Grasse. O Presidente François Hollande aproveitou o momento para dizer que estes acontecimentos justificam que o estado de emergência seja prologando até 15 de Julho - embora as autoridades tenham afastado, para já, a possibilidade de atentado.

 

 

 

 

 

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