Presidente da Macedónia recusa coligação de Governo e crise política continua

Os sociais-democratas alcançaram um acordo com os partidos que representam os albaneses étnicos. Mas o Presidente rejeitou a solução e o país segue numa crise que dura há dois anos.

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Milhares saíram à rua para protestar contra a solução governativa entre os sociais-democratas e os albaneses LUSA/GEORGI LICOVSKI

O Presidente da Macedónia, Gjorge Ivanov, recusou-se esta quinta-feira a confirmar a coligação dos sociais-democratas e dos partidos étnicos albaneses mandatados para formar Governo, deixando o país da ex-Jugoslávia na crise política que dura há já dois anos.

O líder social-democrata, Zoran Zaev, formou esta coligação, que lhe concede maioria parlamentar, depois de reunir apoio para fazer aprovar uma lei para permitir o uso mais generalizado da língua albanesa.

Esta foi uma parte acordada, durante as negociações, entre os partidos albaneses e as autoridades de Tirana, levando Ivanov a considerar o pacto inadmissível. “De acordo com o meu juramento, não posso conceder mandato a alguém que ameaça a soberania da Macedónia”, afirmou o Presidente aos jornalistas.

A Macedónia vive na incerteza política desde que rebentou um escândalo de vigilância há dois anos, e que acabou por fazer cair do Governo Nikola Gruevski, o líder do partido nacionalista VMRO-DPMNE, em Janeiro de 2016.

Esta é a pior crise desde que a diplomacia do Ocidente ajudou a arrastar o país de 2,1 milhões de pessoas de regresso à beira de uma guerra civil, durante uma insurgência dos albaneses étnicos em 2001, prometendo iniciar o caminho para que a Macedónia se tornasse membro da União Europeia e da NATO.

Nas últimas eleições, realizadas em Dezembro, o VMRO-DPMNE arrecadou 51 assentos parlamentares contra 49 dos sociais-democratas. Com este resultados nenhum dos dois poderia formar Governo sem o apoio dos partidos que representam os albaneses étnicos, que perfazem um terço da população.

O VMRO-DPMNE tentou negociar a coligação e falhou. Coube então aos sociais-democratas alcançar o acordo, levando até milhares às ruas para protestar contra o entendimento.
 

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