Pablo Iglesias reeleito líder do Podemos com vitória esmagadora

Pablo Iglesias venceu o duelo contra Íñigo Errejón na corrida a secretário-geral e ao controlo da direcção do partido espanhol de esquerda.

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Pablo Iglesias venceu a votação para secretário-geral com 89% dos votos LUSA/CHEMA MOYA

Pablo Iglesias foi reeleito para a liderança do Podemos e vai controlar 60% da direcção do partido, o conselho consultivo, onde até aqui havia uma divisão em duas partes quase iguais entre a tendência esquerdista do líder e a mais moderada de Íñigo Errejón.

Nos primeiros resultados da votação para o conselho cidadão do Podemos, no Palácio Vistalegre de Madrid, Pablo Iglesias conseguiu eleger 37 dos 62 lugares, ficando Íñigo Errejón com 23 e a lista da tendência Anticapitalistas com dois, entrando pela primeira vez na direcção do partido, relata o El País.

A popularidade do líder do Podemos, que venceu a votação para secretário-geral com 89% dos votos, propaga-se também aos membros da sua lista: Errejón foi ultrapassado, em votos individuais, por Pablo Echenique, número cinco da lista de Iglesias. Irene Montero, chefe de gabinete e segundo nome da lista do líder do Podemos, foi a mulher mais votada.

No seu discurso de vitória, Pablo Iglesias sublinhou constantemente o "mandato unânime" de "unidade e humildade". Citado pelo El País, Iglesias pede "unidade e humildade" para que "as pessoas e os povos da nossa pátria recuperem a soberania", o "direito de decidir" e fazer frente "ao fascismo que chega à Europa"; para "combater todas as violências machistas"; para "dizer que Espanha não é uma marca, mas sim os seus povos e as suas gentes"; para vencer o PP e mudar o país.

Pablo Iglesias e o seu “número dois”, Íñigo Errejón, reivindicavam o espírito do “Podemos original” e concorriam com listas alternativas para o conselho consultivo e resoluções de estratégia opostas para o futuro. Também no que toca a estas moções estratégicas - política, organizativa, ética e de igualdade -, as propostas de Pablo Iglesias foram escolhidas pelos membros do Podemos, de acordo com o El País

As diferenças entre o carismático Pablo Iglesias e Errejón, porta-voz do grupo parlamentar desde Junho e membro do Conselho de Coordenação com a pasta da Secretaria Política, começaram por se tornar visíveis no debate sobre a relação do partido com os socialistas. Antes das legislativas de Junho, Errejón opôs-se à coligação com os comunistas e ecologistas da Esquerda Unida, uma união imposta por Iglesias e que se mantém, apesar de as urnas a terem chumbado.

Iglesias insiste na ideia de um partido “com um pé no Parlamento e mil pés na sociedade”, nascido dos Indignados e da sua revolta contra as elites e os poderes instalados. Errejón, por sua vez, responsabiliza a direcção pela perda de algumas das suas bandeiras para o PSOE no Parlamento e quer “seduzir” o eleitorado socialista, ao mesmo tempo que tenta puxar os deputados socialistas para as suas posições no Parlamento.

Este sábado, os dirigentes subiram ao palco entre gritos de “unidade” e “sim, Podemos” no grande auditório de Madrid onde este domingo foram conhecidos os resultados das votações. Mais de 10 mil militantes acorreram à chamada e estão no Vistalegre II. A reunião fundadora de 2014, onde se elegeu o secretário-geral e se deu uma ampla maioria à sua ambição de “tomar o céu por assalto”, ficou conhecida como Vistalegre I.

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