Morreu a ex-deputada do PCP Georgette Ferreira

Dirigente comunista tinha 91 anos.

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A ex-deputada do PCP e dirigente do comité central do partido Georgette Ferreira morreu aos 91 anos, realizando-se o funeral no domingo, informou este sábado o Partido Comunista Português.

Em comunicado, o secretariado do comité central do PCP refere que o corpo de Georgette Ferreira vai estar em câmara-ardente a partir das 16:30 deste sábado na casa mortuária da Igreja de São João de Deus, em Lisboa, e o funeral realiza-se no domingo, pelas 15:15, para o cemitério do Alto de São João, onde será cremado.

Georgette Ferreira, membro do comité central desde o início da década de 1950 até 1988, foi deputada à Assembleia Constituinte entre 1975 e 1976 e deputada à Assembleia da República entre 1976 e 1988.

Natural de Alhandra, Georgette Ferreira era filha de operários agrícolas, começou a trabalhar nos campos das Lezírias do Ribatejo aos oito anos e aderiu ao PCP em 1943, quando encabeçou uma greve vitoriosa de costureiras por aumento de salário.

Georgette Ferreira participou nas greves operárias de 1944, tendo contribuido para a organização da solidariedade aos trabalhadores que foram presos e levados para a Praça de Touros de Vila Franca de Xira. Esteve na clandestinidade como funcionária do PCP e foi presa por duas vezes em 1949 e 1954. Na sua primeira prisão é internada sob vigilância policial no Hospital dos Capuchos, de onde se evade em 1951.

Após a sua libertação em 1959, viveu alguns anos na antiga Checoslováquia, participando na Federação Democrática Internacional das Mulheres e na Federação Sindical Mundial. Regressa a Portugal e à clandestinidade em 1965, altura em que desempenhou tarefas nos distritos de Lisboa, Porto, Castelo Branco e Setúbal até ao 25 de Abril de 1974.

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, manifestou o "mais sentido pesar" pela morte da ex-deputada comunista. "Foi uma grande combatente antifascista que lutou pela democracia e pelos direitos das mulheres. Essa coragem passou pela clandestinidade e valeu-lhe a prisão e o exílio. Foi, aliás, a primeira mulher a evadir-se enquanto presa política", refere Ferro Rodrigues na mensagem enviada ao PCP e divulgada na página de internet da Assembleia da República. 

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