Taxa de incidência de paralisia cerebral aos cinco anos tem descido

Portugal foi o primeiro país europeu a contar com um programa de vigilância da paralisia cerebral de dimensão nacional, em funcionamento há 10 anos.

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A paralisia cerebral continua a ser a deficiência motora mais frequente na infância MArco mauricio / PUBLICO

A taxa de incidência de paralisia cerebral avaliada aos cinco anos de idade mostrou uma redução significativa ao longo dos primeiros sete anos deste século em Portugal. Segundo o relatório Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral aos 5 anos de Idade, que avalia crianças nascidas entre 2001 e 2007, a taxa de incidência passou de 2,01 em mil no primeiro ano estudado para 1,22 em mil no último.

Mesmo tendo em conta que possa haver uma subnotificação de casos nos anos mais recentes, o documento, que é apresentado publicamente nesta quinta-feira, em Lisboa, sublinha que "parece haver uma redução significativa da incidência acumulada ao longo dos sete anos".

A taxa mais elevada foi registada em 2001, mas foi semelhante ao que se verificou em 2002, 2003 e 2005. Em 2004, 2006 e 2007 foi estatisticamente inferior mas houve claramente uma subnotificação de casos, diz o Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral aos 5 anos.

Contudo, a variação da taxa de incidência acumulada de paralisia cerebral aos cinco anos por triénios mostra uma redução significativa.

Além disso, o relatório identificou ainda uma diminuição da ocorrência de paralisia cerebral entre os prematuros nascidos com mais de 28 semanas de gestação.

A prematuridade está fortemente associada a maior risco de paralisia. O risco aumenta quase 4,6 vezes nos nascidos prematuros com menos de 32 semanas de gestação, 45 vezes nos que nascem entre as 28 e 31 semanas e 70 vezes nas crianças nascidas com menos de 28 semanas.

Contudo, no período de sete anos analisados houve uma redução significativa da taxa de incidência de paralisa cerebral nos prematuros, excepto nos que nasceram com menos de 28 semanas de gestação.

Portugal foi o primeiro país europeu a contar com um programa de vigilância da paralisia cerebral de dimensão nacional, em funcionamento há 10 anos.

Segundo o registo, entre 2001 e 2007 nasceram no país 1187 crianças com paralisia cerebral, o que dá uma taxa de incidência média de 1,55 casos em mil nados vivos.

A paralisia cerebral continua a ser a deficiência motora mais frequente na infância. A sua prevalência é estimada em 1,7 por mil nados vivos no conjunto de 15 países europeus. Estima-se ainda que 17 milhões de pessoas no mundo tenham paralisia cerebral.

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