José Eduardo Martins: “Não tenho apoiantes, nem claques, nem aparelho”

Em entrevista à Antena 1, o coordenador do programa autárquico do PSD para Lisboa reconhece que "no lugar de Passos, se tivesse fixado um objectivo para as autárquicas e não o conseguisse", demitia-se.

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José Eduardo Martins deu uma entrevista à Antena 1 ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

Aos 47 anos, José Eduardo Martins, advogado, ex-secretário de Estado do Ambiente e antigo deputado, diz que está habituado a errar no timing. “Chego sempre atrasado ou adiantado, mas é a vida, não tem problema nenhum”, assume o actual coordenador do programa autárquico do PSD para Lisboa, quando a Antena 1 o questiona sobre vir um dia a ser líder do PSD.

Em entrevista à Antena 1, o ex-governante que se assumiu como uma voz crítica no partido, garante que não está a fazer “o roteiro da carne assada”, nem tem "apoiantes, nem claques, nem aparelho”, mas nem por isso deixa de ter opinião sobre o que se passa no PSD.

E sobre autárquicas, o próximo grande teste, deixa alguns recados. “Quem fixa um objectivo para o partido que não é muito ambicioso e não o consegue, tem de reflectir se foi útil à consecução desse objectivo”. Por outras palavras e sem rodeios: “No lugar de Pedro Passos Coelho, se tivesse fixado esse objectivo e não o conseguisse, demitia-me.”

José Eduardo Martins reconhece, no entanto, que Passos “não é como a maior parte dos outros políticos e a resistência e resiliência dele têm dado bons resultados no passado”. Essa característica da personalidade de Passos viu-se recentemente no caso da TSU.

Sobre esse assunto, tal como já havia dito ao PÚBLICO, José Eduardo Martins recorda que “quem não tinha respaldo para prometer o que prometeu foi o Governo” e isso resultou na ideia de que a esquerda não tem “um programa comum”, ideia na qual o PSD insistiu muito pedagogicamente, na sua opinião. “Se o PS, para exercer o poder, quer um novo paradigma das maiorias parlamentares que lhe dá vantagem, tem de ter um programa à esquerda”, conclui.

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