MPT quer avançar com candidaturas próprias em Lisboa e Porto

Líder do partido reconhece que há indefinição na capital e admite que pode até vir a fechar uma coligação com PSD e CDS

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José Inácio Baptista é líder do MPT eurodeputado Diogo Baptista

O Movimento Partido da Terra (MPT), que em 2013 integrou as coligações com o PSD e CDS em Lisboa e no Porto, decidiu apresentar candidaturas próprias nos dois municípios, tendo em conta o “impasse” relativamente à aliança na capital para as próximas autárquicas.

O líder do MPT, José Inácio Faria, disse ao PÚBLICO que a comissão política do partido decidiu, no passado mês de Dezembro, concorrer com listas próprias à câmara e à assembleia municipal. A decisão tem em conta a existência de um “impasse relativamente a Lisboa e a uma coligação com os três partidos”, como a que se fechou em 2013 e que ainda está em vigor. José Inácio Faria admite, no entanto, que a decisão pode vir a alterar-se. “Mais tarde pode fazer-se uma coligação, mas neste momento este [listas próprias] é o cenário que está em cima da mesa”, afirmou. Relativamente ao Porto, o líder do MPT também não dá tudo como fechado, apesar do apoio declarado do CDS a Rui Moreira. 

O líder do MPT e eurodeputado refere que foi abordado pelo CDS-PP para apoiar Assunção Cristas como candidata a Lisboa quando a líder centrista avançou sozinha, no passado mês de Setembro, sem o apoio dos sociais-democratas. Mas considerou que “não era o momento”, por uma questão de “lealdade” para com o PSD, partido que convidou o MPT para integrar a coligação em Lisboa em 2013, encabeçada por Fernando Seara. Com essa aliança na Assembleia Municipal o MPT elegeu um deputado.  

Apesar de reconhecer a indefinição em Lisboa, José Inácio Faria partilha da ideia de que há tempo para se fechar a uma candidatura. “Como o PSD, não temos pressa”, sublinhou. Como o PÚBLICO noticiou, no passado sábado, o PSD-Lisboa está a antever um entendimento difícil com o CDS e quer deixar todos os cenários em aberto. 

No resto do país, o líder do MPT confirma existirem negociações com o PSD e com o CDS para formalizar listas conjuntas. A excepção é mesmo a Região Autónoma da Madeira em que o partido assume a diferente situação política e tem procurado alianças com o PS.

As conversações para fechar coligações com o PSD e CDS noutras autarquias existem também com o Partido Popular Monárquico (PPM), confirmou ao PÚBLICO o seu líder, Paulo Estevão. Mas já sobre Lisboa o dirigente é mais contido sobre uma possível aliança com os dois partidos de centro-direita. A última vez que PSD e PPM concorreram coligados em Lisboa aconteceu em 2001 quando a candidatura liderada por Pedro Santana Lopes conquistou a câmara. Paulo Estevão apenas afirma a disponibilidade para conversar com PSD e CDS, com um objectivo: “É possível ganhar e retirar a câmara ao PS, mas com uma grande convergência de todos”. 

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