PSD a votos na Madeira e nos Açores

Miguel Albuquerque, na Madeira, e Duarte Freitas, nos Açores, recandidatam-se à liderança do PSD local. O primeiro não enfrenta opositores, o segundo deverá disputar a liderança com Paulo Silva.

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Tal como Pedro Passos Coelho, Duarte Freitas quer manter-se na liderança do partido, mas nos Açores Rui Soares

Os sociais-democratas açorianos e madeirenses vão a votos este mês de Dezembro, numas eleições marcadas por diferentes atmosferas políticas. Se no Funchal, onde Miguel Albuquerque se recandidata à liderança sem oposição, o PSD vem de duas vitórias eleitorais – regionais e legislativas de 2015 –, já em Ponta Delgada, Duarte Freitas enfrenta críticas internas, em virtude dos desaires obtidos pelo partido nas últimas legislativas e, já este ano, nas eleições regionais.

Freitas, que lidera o PSD-Açores desde 2012, já tinha assumido uma recandidatura à liderança do partido ainda durante a campanha eleitoral para as regionais de Outubro e esta quarta-feira oficializou essa intenção, numa conferência de imprensa, na sede do partido, em Ponta Delgada.

Com a moção global de estratégia Reforçar a acção política, servir os Açores, Duarte Freitas defende que o partido, que tem sido oposição no arquipélago desde 1996, necessita de “credibilidade” e “estabilidade”, apontando o foco já para as autárquicas do próximo ano. O desafio, explicou, é crescer em freguesias e câmaras municipais, de forma a colocar o PSD na liderança da associação de municípios açoriana. O caminho, para Duarte Freitas, será feito com listas próprias, em coligação ou no apoio a independentes.

O mesmo cenário na Madeira. Albuquerque (que nas últimas semanas se tem desdobrado em contactos com militantes), traça as autarquias como objectivo imediato. Os sociais-democratas chegaram a controlar todas as autarquias regionais, mas em 2013, ainda com Alberto João Jardim na liderança, perderam sete dos 11 municípios para a oposição. No próximo ano, querem reconquistá-las todas, com o Funchal à cabeça. O PSD-Madeira, tem repetido Albuquerque, sempre foi um partido de “cariz autárquico e popular”, por isso o objectivo é ganhar tudo.

Mais comedido, Duarte Freitas prefere olhar para as principais câmaras municipais como Ponta Delgada ou Angra do Heroísmo, e manter as quatro conquistadas em 2013, numa geografia autárquica composta por 19 municípios. Mas primeiro tem de ganhar as directas marcadas para 19 de Dezembro. Para já, não existe oposição formalizada, mas Paulo Silva, um militante de base, já se apresentou publicamente como candidato, defendendo a obrigação do partido em “reflectir” sobre os sucessivos desaires eleitorais.

Paulo Silva não iliba a actual liderança de responsabilidades na derrota nas regionais deste ano, que deram a maioria absoluta ao PS, mas garante que a candidatura que pretende encabeçar não é contra Duarte Freitas. “É uma candidatura do partido para o partido”, explica.

Os dois projectos tocam-se na ideia de dar voz aos históricos do PSD. Paulo Silva, pretende criar um senado, onde antigos deputados, autarcas, ex-governantes e presidentes do partido tenham assento. Duarte Freitas sugere um conselho de ex-presidentes do PSD-Açores.

Após as eleições, os social-democratas açorianos reúnem-se em congresso, agendado para os dias 20, 21 e 22 de Janeiro. Na Madeira, as eleições estão marcadas para o dia 9 de Dezembro, e o congresso para o mesmo fim-de-semana do dos Açores.

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