Mais um primeiro-ministro rejeitado na Guiné-Bissau

Guerra política dentro do PAIGC mantém o país paralisado.

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O Presidente José Mário Vaz SIA KAMBOU/AFP

O PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), rejeitou mais um nome proposto pelo Presidente José Mário Vaz para primeiro-ministro. O desentendimento entre o principal partido - que ganhou as últimas eleições - e o chefe de Estado que pertence a esta formação gerou uma crise política que dura há mais de ano e que paralisou o país.

Vaz dissolveu o último governo, liderado por Baciro Dja, por este não ter conseguido o apoiodo PAIGC – esteve dois dias no cargo, em Setembro de 2015. As formações políticas guineenses comprometeram-se, logo a seguir, em traçar um plano para a criação de um governo de compromisso, de forma a reactivar as instituições de um país que, devido à crise, viu as linhas de apoio internacionais serem congeladas.

Porém, o PAIGC recusou participar nesse governo de compromisso, que seria chefiado por Umaro Mokhtar Sissoco Embalo. Num comunicado, o partido disse que a responsabilidade pela crise era do Presidente Vaz.

José Mário Vaz demitiu, em Agosto de 2015, o então primeiro-ministro e seu rival político dentro do PAIGC Domingos Simões Pereira. O único motivo apontado para a demissão foi a rivalidade entre os dois homens.

O exército permanece neutral perante esta guerra entre políticos. Mas desde 1980 já houve nove golpes de Estado ou tentativas de golpe. A grande instabilidade no país tornou a Guiné-Bissau a placa giratória do tráfico de droga da América do Sul para a Europa.

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