Direita alerta para falta de investimento e mais juros para pagar

PSD e CDS-PP insistem nas críticas a uma solução de governo que acusam de ser instável e de perseguir objectivos “eleitoralistas”.

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Passos e Cristas: a direita que foi junta às eleições decidiu seguir caminhos separados Daniel Rocha (arquivo)

O PSD e o CDS têm alertado para os riscos que resultam para a economia em função das opções do Governo, apoiado por PS, BE, PCP e PEV, e que advêm em boa parte das medidas do Orçamento do Estado para o próximo ano. Os dois partidos apontam como preocupações não só as políticas do Governo como também factores externos. Os principais motivos para poucos sorrisos são: 

  • O depauperamento dos serviços públicos de educação, saúde ou transportes que “agravam” as injustiças sociais, segundo o PSD. Na origem desta degradação estará a falta de pagamento a fornecedores, aponta o CDS.
  • O próximo ano trará “mais impostos” sobre as famílias e as empresas. “É mau para as pessoas e para a economia”, diz o PSD. O CDS refere que o cenário económico pode piorar “se Mário Centeno se enganar de novo nas contas e nas previsões”.
  • As políticas e as medidas “eleitoralistas” face às “opções do futuro”, apontam os sociais-democratas. Um dos exemplos que já deu o líder do partido, Pedro Passos Coelho, é o aumento extraordinário das pensões só em Agosto, em vésperas de eleições autárquicas.
  • A “incapacidade de atrair investimento” devido à “instabilidade fiscal”, às reversões e à falta de reformas estruturais, refere o PSD. Os sociais-democratas não se têm cansado de lembrar a necessidade de fazer uma reforma na Segurança Social, mas a esquerda não tem estado disponível. A mesma preocupação da quebra do investimento é partilhada pelo CDS, que aponta a necessidade de medidas para atrair investidores. Esta é uma batalha da direita com o argumento de que esta é a única forma de sustentar o crescimento económico.
  • A “perda de confiança” subjacente à acção do Governo e a sua consequência no agravamento dos juros que Portugal paga nos mercados, antevê o PSD. O CDS refere que esse aumento dos juros a pagar se pode dever ao “aumento exponencial da dívida” e aponta para o risco de o Banco Central Europeu mudar de política.
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