Provedora dos Animais de Lisboa quer centro equestre para animais abandonados na rua

As queixas dos munícipes sobre animais abandonados ou em más condicções apontam sobretudo para as zonas da Ameixoeira, inclusive na zona 6, na Torrinha, na Rotunda das Olaias, na Ajuda, no Bairro 2 de Maio e em Belém.

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RUI GAUDÊNCIO

A provedora dos Animais de Lisboa, Inês Sousa Real, recomendou ontem  à câmara municipal a identificação e recolha de equídeos que deambulem na via pública, referindo ser necessário criar um centro equestre municipal para acolher estes animais.

Na recomendação, endereçada ao presidente e vice-presidente da câmara, a provedora dá conta de alertas referentes a “maus tratos e negligência contra equídeos na cidade de Lisboa, bem como a sua deambulação na via e demais lugares públicos, sendo estes muitas vezes deixados ao abandono ou sem vigilância por parte dos seus detentores”.

Inês Sousa Real diz que os munícipes lhe comunicam que os animais ficam muitas vezes “amarrados com cordas, expostos às diferentes intempéries, como o calor, a chuva e o frio, sem alimentação e/ou abeberamento e até caídos na via pública, sem a possibilidade de por si mesmos se mobilizarem”.

“Tem sido relatado pelos munícipes que quando é pedida a intervenção das autoridades, os detentores aparecem, forçando os animais a levantarem-se, recorrendo até à violência, de modo a conseguirem conduzi-los de volta ao local onde são detidos”, continua a provedora.

Estas situações são mais frequentes “na zona da Ameixoeira, inclusive na zona 6, na Torrinha, na Rotunda das Olaias, na Ajuda, no Bairro 2 de Maio e em Belém”, assinala.

Os alertas abrangem também os veículos de tracção animal, como as charretes turísticas, referindo “a ausência de períodos de descanso dos animais e que estes se encontram o dia todo atrelados aos veículos, sobretudo quando se encontram parados em frente ao Mosteiro dos Jerónimos”, assim como a inexistência de abrigos ou bebedouros e comedouros.  “Ademais, são frequentes relatos de quedas, sobretudo quando os animais se deparam com a necessidade de circular em zonas mais íngremes da cidade”, sublinha a provedora.

Face a estas situações, Inês Sousa Real recomenda ao município a “realização de acções de fiscalização e sensibilização dos detentores de equídeos”, relativamente à “sua identificação, registo e declaração de existência de animais, quer quanto à sua saúde e bem-estar”. Para a responsável, importa a “adaptação dos equipamentos municipais existentes através da instalação de boxes ou estábulos exteriores que permitam a recolha de equídeos”, ou mesmo a “criação de um centro equestre municipal específico para o efeito”.

Quanto aos animais que se encontrem a deambular na via pública, a provedora pede à câmara a sua “apreensão e identificação”. Quanto aos veículos de tracção animal, Inês Sousa Real recomenda que “se restrinja a sua circulação”.  Lusa