Ariana Grande e Drake festejam mas foi Trump a dominar os American Music Awards

Os Green Day tocaram uma canção onde se ouvia o refrão: "“No Trump, no KKK, no fascist USA!”

Fotogaleria
Ariana Grande Reuters/MARIO ANZUONI
Fotogaleria
Selena Gomez Reuters/MARIO ANZUONI
Fotogaleria
Sting Reuters/MARIO ANZUONI
Fotogaleria
Green Day Reuters/MARIO ANZUONI
Fotogaleria
Drake Reuters/MARIO ANZUONI

A cantora Ariana Grande venceu o prémio de artista do ano, graças ao álbum Dangerous Woman, e o rapper canadiano Drake levou para casa quatro troféus nas categorias de rap – entre elas melhor artista, melhor álbum e melhor música – mas as atenções na 44.ª gala dos American Music Awards estiveram viradas para Donald Trump.

Isso mesmo. Os sentimentos anti-Trump dominaram a cerimónia que se realizou este domingo à noite. Os americanos Green Day subiram ao palco para tocar uma versão diferente da canção Bang bang, do recente álbum Revolution Radio, e o visado foi o Presidente eleito Donald Trump, com um verso bem explícito introduzido no meio do tema: “No Trump, no KKK, no fascist USA!”. O verso foi repescado de Born to die, single de 1982 da banda hardcore, MDC, onde se ouve “No war, no KKK, no fascist USA”.

O vocalista do grupo, Billie Joe Armstrong, já tinha feito declarações contundentes na ressaca das eleições, não surpreendendo agora esta prestação. “É como se tivesse morrido alguém na família. Ninguém estava preparado, e é por isso que está tanta gente revoltada e em choque”, afirmou então o cantor, que adiantou que “quando o fumo se começar a dissipar, os criativos irão expressar-se.” Dito e feito, no caso do seu grupo.

Mas as referências à situação política não se ficaram por aqui. A supermodelo Chrissy Teigen fez uma menção à “fucked-up, fucking election”, quando introduzia a actuação do marido John Legend, enquanto o cantor inglês Sting no discurso de agradecimento do Prémio de Mérito apresentou-se a si próprio como “imigrante musical”, e um dos apresentadores da cerimónia, o actor Jay Pharoah, imitou várias vezes Trump, lançando às tantas, por entre muitos risos e aplausos: “Adoro Bruno Mars. Mas não sei de que cor ele é, por isso não posso deportá-lo!”

O resto, como habitualmente, foi dominado pelas canções que mais tocam nas rádios americanas e nas tabelas de streaming nos últimos meses. Bruno Mars apresentou 24k magic, o single do álbum do mesmo nome agora editado, e a irmã de Prince, Tyka Nelson, fez um discurso emocional quando foi receber o galardão de Prémio de Banda-Sonora por Purple Rain, que voltou às tabelas de vendas quando Prince morreu em Abril passado.

Para além de Ariana Grande ou Drake, outra das vencedoras da noite foi a cantora Selena Gomez, que foi a Melhor Artista Feminina Pop/Rock, o ex-One Direction, Zayn Malik, que venceu em Artista Revelação, ou Justin Bieber que ganhou várias categorias – Melhor Artista Pop/Rock, álbum, canção e vídeo. Esta não foi definitivamente uma cerimónia vulgar, com a recente eleição de Trump a provocar os maiores abalos num ritual que costuma ser morno.

Sugerir correcção
Comentar