Milhares de sul-coreanos na rua pedem demissão da Presidente

A Presidente da Coreia do Sul está a braços com um escândalo por ter partilhado com uma amiga informação confidencial. Milhares de sul-coreanos estão este sábado nas ruas a pedir a demissão de Park Geun-hye.

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Kim Hong-Ji/Reuters
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Milhares de sul-coreanos saíram este sábado às ruas a pedir a demissão da Presidente do país, Park Geun-hye. As agências noticiosas internacionais dizem tratar-se da maior manifestação anti-Governo no último ano. O protesto no centro de Seul acontece um dia depois de a Presidente ter feito um comunicado ao país a pedir desculpa e com isso aumentar as suspeitas de que partilhou informação confidencial com uma amiga.

De acordo com a agência Associated Press, estão nas ruas de Seul milhares de pessoas que acusam Park de ser uma "criminosa". Os manifestantes querem não só a sua demissão, mas também pedem que seja detida por cometer traição. Houve uma primeira concentração seguida de um percurso em marcha lenta.

A polémica cresceu no início desta semana quando as autoridades detiveram Choi Soon-sil, apelidada de "Rasputine", uma amiga íntima da Presidente sul-coreana. As autoridades acreditam que a Presidente partilhou com a amiga de longa data documentos classificados, tornando-se assim um assunto de Estado. Choi terá chegado a alterar discursos da governante.

É esta amizade que está no centro do escândalo e que leva a oposição a pedir a demissão de Park. Choi regressou à Coreia do Sul do estranheiro para ser detida. Apareceu em lágrimas rodeada de jornalistas para pedir perdão. “Cometi um crime pelo qual mereço morrer”, disse a amiga da Presidente, momentos antes de ser interrogada pelos procuradores. A história entre as duas é quase que fotocópia da relação entre os pais de ambas, que chegaram a ocupar o mesmos lugares que as filhas ocupam agora.

Entretanto, esta semana para tentar amenizar os efeitos do escândalo, Park promoveu uma alteração no executivo da Coreia do Sil. O primeiro-ministro, Hwang Kyo-ahn, foi substituído por Kim Byong-joon, antigo conselheiro do ex-Presidente liberal, Roh Moo-hyun. 

O objectivo de Park, conservadora, é conseguir assegurar algum tipo de apoio da oposição liberal. A Presidente também substituiu os ministros das Finanças e da Segurança Pública. O cargo de primeiro-ministro é quase simbólico na Coreia do Sul, onde é o Presidente que detém o poder.

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