Vida sénior: mais vale prevenir

A frequência de quedas está directamente relacionada com o aumento da idade. A adopção de medidas simples pode minimizar este tipo de acidente, cujas consequências ultrapassam a condição física e podem levar ao isolamento social.

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As pessoas mais velhas apresentam consequências mais graves quando caem Pedro Cunha/Arquivo

Muitas são as campanhas de sensibilização que têm vindo a ser desenvolvidas em Portugal e na Europa que alertam a população em geral, e os seniores em particular, para a problemática das quedas. A nível nacional temos o exemplo do projecto “Com Mais Cuidado”, com acções de formação e divulgação que resultam de uma parceria entre a Fundação Mapfre e a Direcção-Geral da Saúde; ou a campanha “Não Caia Nisso”, promovida pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, com iniciativas de sensibilização em lares de terceira idade, universidades seniores, centros de saúde e acções de rua. No entanto, nunca é de mais relembrar as consequências deste acidente, e, principalmente, as várias formas de o prevenir.

A frequência de quedas está directamente relacionada com o aumento da idade. Os dados disponibilizados pelo EuroSafe, organização europeia para a prevenção de acidentes e bem-estar das populações dos países-membros, indicam que cerca de 30% dos europeus com mais de 65 anos caem todos os anos, e que essa proporção aumenta para 50% em pessoas com 80 ou mais anos. A nível nacional, a informação do Observatório Nacional de Saúde (dados de 2005), indicou uma frequência de 76% entre as pessoas com idades compreendidas entre os 65 e os 74 anos e de 90% nas pessoas com mais de 75 anos.

As consequências mais frequentes das quedas são contusões e hematomas, mas cerca de metade das pessoas idosas atendidas nos serviços de urgência por motivo de queda apresentam fracturas (EuroSafe, 2015). Além disso, das quedas podem também resultar consequências “não físicas” como sentimento de medo, diminuição da autoestima e consequente isolamento social, as quais são igualmente prejudiciais para a independência e para a qualidade de vida.

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É também verdade que são as pessoas mais velhas que apresentam as consequências mais graves quando caem. Um dado importante é o tempo médio de internamento em consequência de uma queda, o qual aumenta exponencialmente com a idade: 11 dias nas pessoas com mais de 75 anos.

As quedas resultam de uma interacção complexa de factores de risco tanto pessoais como ambientais. Nestes últimos, abordamos apenas os relacionados com o domicílio, por ser este o local onde ocorre a maioria dos acidentes, tal como concluiu o sistema ADELIA (2006-2008), que tinha por objectivo determinar a frequência de acidentes domésticos e de lazer e identificar as situações de risco.

O mais importante é conseguir prevenir o desenvolvimento da primeira queda e através de alguns cuidados simples é possível reduzir os riscos de forma significativa. Um estilo de vida saudável e activo, cuidados de saúde adequados, em paralelo com uma habitação que permita uma mobilidade segura, são essenciais para prevenir este tipo de acidentes que dependem essencialmente da iniciativa de cada um e que devem ser postos em prática em fases precoces da vida, mesmo quando ainda não parecem ser necessários (ver infografia). 

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