Rede das multas de trânsito desencadeia buscas no MAI

Operação 2ª Via tem neste momento oito arguidos. PSP esteve em vários organismos públicos à procura de indícios de corrupção e associação criminosa, entre muitos outros crimes

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res rita chantre

O Ministério da Administração Interna também foi alvo de buscas no âmbito da operação desencadeada pelas autoridades policiais para desmantelar uma rede que "apagava" multas de trânsito a troco de dinheiro.

Num comunicado emitido ao final da tarde desta quarta-feira, a PSP anunciou que no âmbito da Operação 2ª Via foram detidos três homens, com idades entre os 52 e os 61 anos, tendo ainda sido constituídos arguidos outros cinco indivíduos, por suspeita de associação criminosa, corrupção, prevaricação, falsificação de documentos, falsidade informática, violação de segredo por funcionário e detenção de armas proibidas, entre outros crimes. As suspeitas recaem não só sobre funcionários públicos, mas também sobre advogados que fariam parte desta rede.

Foram efectuadas buscas nos locais de trabalho dos suspeitos – que incluem, além da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, da Divisão de Trânsito do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, do Departamento de Gestão Financeira da PSP e da Polícia Municipal de Lisboa, o departamento informático da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna. Foram ainda cumpridos 31 mandados de busca a residências e a instalações e diversos mandados de busca a viaturas, "tendo sido apreendido diverso material conotado com a prática criminosa, designadamente várias armas de fogo e munições, computadores, telemóveis, material de armazenamento informático, documentação diversa e cerca de 90 mil euros em numerário", descreve a PSP. As suspeitas abrangem funcionários do Automóvel Clube de Portugal. 

Os detidos irão agora ser apresentados a um juiz para um primeiro interrogatório judicial. Contactada pelo PÚBLICO, uma assessora de imprensa do Ministério da Administração Interna não confirmou as buscas ali realizadas, e tornadas públicas pela PSP. "O ministério não vai fazer qualquer comentário ou fornecer qualquer tipo de informação sobre o assunto já que se trata de uma investigação judicial", declarou a assessora de imprensa. 

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