Polícia arménio abatido por atirador furtivo durante confrontos em Ierevan
Grupo de veteranos do conflito em Nagorno-Karabach tomaram de assalto uma esquadra da polícia no dia 17 de Julho.
Um atirador furtivo do grupo armado que ocupa há duas semanas uma estação da polícia em Ierevan, capital da Arménia, matou este sábado um polícia. O agente foi atingido a cerca de 350 metros do cordão criado em volta do edifício, onde nas últimas duas semanas se têm manifestado centenas de apoiantes do grupo armado, que reclama a libertação de figuras da oposição arménia, tem três reféns e, no dia da ocupação da esquadra, a 17 de Julho, matou um outro polícia.
O grupo opõe-se à forma como o Governo liderado pelo Presidente Serzh Sarkisian lidou com o reacender, em Abril, dos confrontos armados no pequeno enclave de Nagorno-Karabach, parte do território do Azerbaijão controlada por rebeldes arménios. Os seus militantes são na sua maioria veteranos deste conflito e pertencem a uma organização marginalizada da oposição arménia, o Parlamento Fundador, cujo líder, Jirair Sefilian, foi detido em Junho.
Centenas de pessoas deslocaram-se nos últimos dias às imediações da esquadra ocupada para exigir a demissão do Governo e demonstrar o seu apoio ao grupo, que, para além de exigir a libertação de Sefilian e outros elementos da oposição, se queixa de que o Governo arménio cedeu terreno ao Azerbaijão na questão do território disputado. Mais de 70 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia na noite de sexta-feira e 165 foram detidas.
A polícia lançou um ultimato ao grupo armado na sexta-feira, depois dos confrontos, dizendo que tomaria o edifício de assalto caso os seus homens – 24 militantes na posse de três reféns – não abandonassem a esquadra até às 13h deste sábado. Mas até ao final da tarde – já noite em Ierevan –, as autoridades não tinham invadido o edifício.
Jirair Sefilian foi detido em Junho com alguns dos seus aliados, acusados de estarem a preparar uma ocupação armada de edifícios governamentais, e esperam julgamento. Em 2006, o opositor foi condenado a 18 meses de prisão por ter pedido “o derrube violento do Governo”. Em comunicado, a embaixada norte-americana em Ierevan e a União Europeia disseram estar “muito preocuopadas” com a violência na capital arménia.
Também na sexta-feira, atiradores furtivos da polícia feriram três militantes, que foram transportados para o hospital sob escolta armada. O grupo promete reagir violentamente a qualquer tentativa de assalto ao edifício.