Associação Quatro Patas e Focinhos

No nosso Inquérito de Estimação, damos palco a associações e grupos de ajuda de animais que o mundo deve conhecer. A Associação Quatro Patas e Focinhos sabe que não pode mudar o mundo, mas tenta “fazer dele um sítio melhor”

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DR DR

Criada em 2012, a Associação Quatro Patas e Focinhos é composta por um grupo de voluntários que actua nas áreas de Mealhada e Anadia. Sabem que não podem mudar o mundo, mas, dizem, tentam “fazer dele um sítio melhor”. Por isso, sinalizam animais abandonados, acompanham a sua situação e promovem a adopção.

Têm à sua responsabilidade um abrigo, que se localiza na Mealhada, e que alberga 60 cães adultos. Para além disso, ocupam-se de mais 35 cães e dez gatos em Famílias de Acolhimento Temporário. Respondem ao Inquérito de Estimação Salomé Dias, presidente da associação, e Teresa Castanheira, voluntária e colaboradora.

Uma medida prioritária pelos direitos dos animais
Proibição das touradas e abolição de animais em circos e artes performativas. Parece-me que é o primeiro passo para mudar a consciência da população geral e, a partir dessa consciencialização, pensarmos melhor sobre o estatuto do animal.

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Maria Mota DR

Um caso marcante
Por experiência pessoal é muito difícil escolher um, já foram tantos, mas destaco os dois que mais me marcaram. O Bóris, um cão atropelado na noite de Natal e com o prognóstico de ficar paraplégico. Mesmo assim, decidi não desistir. Oito meses depois, com muitas horas de trabalho, muitas zangas à mistura, muitos castigos, muitos abraços, alegrias e baixar de braços, o Bóris voltou a andar. Foi terrível para ele e para mim, mas valeu a pena. Hoje é um rapagão feliz na sua casa nova e com o seu feitio torcido. A segunda situação que mais me marcou foram três bebés que tirei do caixote do lixo de madrugada, recém-nascidos. Estiveram comigo seis semanas, a mamarem de três em três horas. Foi muito, muito cansativo, mas tão, tão bom — é incrível a ligação e o carinho que animais de outra espécie conseguem desenvolver connosco. Não recomendo esta experiência a ninguém porque é mesmo muito cansativo, por outro lado o nosso coração fica mais do que cheio.

Um conselho para quem quer adoptar um animal
Há apenas uma noção que todos devemos ter: é um animal, um ser vivo que se mexe, com tudo o que de bom e mau isso pode trazer. Eles fazem asneiras, podem ser inteligentes ou não, podem aprender facilmente ou não, podem venerar-nos ou não e uma série de outras questões. Por isso, antes de se decidir adoptar um animal, devemos ter esta consciência, de que é um animal.

Um projecto que tem que ser conhecido
A Animalife! é uma associação sem fins lucrativos para a sensibilização e apoio social e ambiental e que tem como objectivo o apoio a animais que estão a cargo de associações e famílias carenciadas. Para além de ajudar associações e famílias, em parceria com associações de protecção a pessoas em situação de sem-abrigo do Porto e de Lisboa, acompanha as rondas e faz uma avaliação às necessidades dos animais que encontra, providencia alimentação e desparasitação interna/externa. Nós já nos juntámos à Animalife em todas campanhas do Banco Solidário (recolha de alimentos para animais) e a experiência de trabalhar em conjunto com uma outra associação em prol, não só dos nossos, como de outros animais, é bastante positiva.

Uma pessoa anónima que vale a pena conhecer
Todos os voluntários merecem o seu destaque por variadíssimas razões, quer pelo tempo que se dedicam a esta causa, quer pelos seus sacrifícios, pelo amor e carinho que espalham com todos os nossos ‘'patudos'’, pelas excelentes iniciativas e ideias que têm para ajudar, por nunca estarem demasiado cansados ou colocarem a sua vida em primeiro plano. São pessoas extraordinárias com um coração enorme que fazem desta pequena família enorme! Juntos passámos por momentos bons e outros menos bons, desde a felicidade à tristeza, da euforia ao desespero, dos sorrisos às lágrimas, passámo-los juntos, como uma família. Se tiver que destacar alguém em particular seria a Maria Mota. Um anjo que entrou na associação e no nosso grupo. Um exemplo de que não existe contrariedade nenhuma, dor nenhuma, doença nenhuma ou idade nenhuma para se fazer alguma coisa. Tem um coração do tamanho do mundo e já fez tanto para ajudar mesmo quase sem puder, fez todos os sacrifícios possíveis e ao seu alcance para ajudar os seus ‘'meninos'’.

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