Schulz contra sanções a Portugal

Fernando Medina pediu “afirmação de agenda reformista” e acusou a troika de ter debilitado a economia portuguesa. Ana Catarina e Daniel Adrião apresentaram as moções. Este último fez questão de lembrar Sócrates.

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Martin Schulz elogiou a política do Governo português para a integração de refugiados Nuno Ferreira Santos
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Martin Schulz elogiou a política do Governo português para a integração de refugiados Nuno Ferreira Santos

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, manifestou-se contra a aplicação de sanções a Portugal pela Comissão Europeia devido ao não cumprimento do défice em 2015, ao discursar, este sábado de manhã, no 21.º Congresso do PS, que decorre até domingo no pavilhão da Feira Internacional de Lisboa.

"Sabem que costumo ser muito directo: sou contra as sanções a Portugal, claro e simples. Sei que o Governo português está a negociar com a Comissão e internamente no país e tenho a certeza que haverá uma solução muito construtiva", afirmou.

Martin Schulz elogiou a política do Governo português para a integração de refugiados. Sublinhou mesmo que visitou um centro de recepção de refugiados e uma escola e considerou que a integração das crianças refugiadas com as portuguesas na mesma escola e na mesma turma da pré-primária é o modelo a seguir.

Logo a seguir a Schulz, falou o membro do Secretariado do PS e presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que considerou ser necessária “a afirmação de uma agenda de reformista e modernizadora do Estado”. Medina sustentou que é “essencial valorizar os resultados da governação”. E frisou que a frase lema do congresso “Prometemos, cumprimos” é mais do que propaganda, já que a governação do PS nos primeiros seis meses representou “o regresso da confiança dos portugueses no seu Governo”.

Medina considerou ainda que é preciso apostar no desenvolvimento económico, prevendo que, neste domínio, “o trabalho é muito, é pesado, é exigente”, já que, acusou, “o programa da troika não resolveu nenhum problema”, antes “debilitou” a economia portuguesa.

Ainda de manhã, foi feita a apresentação das moções de estratégia global. Pela moção da direcção, “Cumprir a Alternativa, Consolidar a esperança”, a secretária-geral-adjunta, Ana Catarina Mendonça Mendes, defendeu que o Governo baseado nos acordos à esquerda era a alternativa ao empobrecimento, pelo que “construir esta solução foi, mais uma vez, o PS a saber construir”.

Ana Catarina Mendonça Mendes lembrou a frase de António Costa, “quem pensa como a direita acaba a governar como a direita”, para garantir que “o PS não pensa como a direita e sobretudo não governa como a direita”. E concluir sobre os entendimentos à esquerda: “Somos nós [PS] que estamos a liderar o Governo sem perdermos os nossos valores.”

Seguiu-se Daniel Adrião, primeiro subscritor da moção de estratégia “Resgatar a Esperança”, que começou a sua intervenção por deixar explícito que apresentou o documento apenas como forma de suscitar o debate e que não questiona a liderança de António Costa. “Desejo-te as maiores felicidades António porque o teu sucesso será o sucesso de todos nós, socialistas”, afirmou Daniel Adrião, dirigindo-se ao líder do PS.

Daniel Adrião explicou que a sua moção “é um contributo de cidadania para o país”, num momento em que, garantiu, é preciso reformar e abrir os partidos para que a democracia seja “resgatada pela cidadania”. E defendeu reformas como a do sistema eleitoral, recorrendo mesmo a propostas que no passado foram apresentadas por António Costa.

O autor da moção fez também uma forte defesa do alargamento das primárias para a escolha de todos os candidatos a eleições, uma alteração de estatutos que apresentou ao congresso e que será discutida e votada sábado à noite.

Adrião fez questão de referir todos os ex-líderes do PS, agradecendo o seu contributo, arrancando palmas da sala. O mesmo aconteceu com José Sócrates. As palmas ouviram-se quando Daniel Adrião afirmou: "Aqui do Congresso do PS enviamos um forte abraço a José Sócrates."

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