Luso-descendente vai dar a volta ao mundo por uma causa solidária

Aos 22 anos, Stéphanie Tavares quer bater três recordes mundiais ao visitar todos os países do mundo em três anos para angariar fundos para a ONG Tostan

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Stéphanie é filha de uma emigrante da ilha açoriana de São Miguel

Uma lusodescendente canadiana aposta bater três recordes mundiais ao visitar todos os países do mundo em três anos para angariar fundos para a organização não-governamental Tostan, que luta por melhorar a autonomia da mulher africana. Stéphanie Tavares, de 22 anos, de Vaudreuil, no sudoeste do Quebeque, filha de uma emigrante da ilha açoriana de São Miguel, disse à agência Lusa que tem três objectivos nesta aventura. "Ser a primeira mulher a visitar todos os países, ser a pessoa mais jovem a fazê-lo e tentar melhorar o actual recorde, demorando apenas três anos."

A aposta é visitar sozinha 201 países. O actual recorde inscrito no Livro Guiness pertence ao norte-americano Yili Liu, que em 2013 conseguiu visitar os 194 países que integram as Nações Unidas, em três anos, três meses e seis dias. A lusodescendente, formada pela Universidade de Bishop em Desporto e Psicologia, acrescenta que a aventura visa ainda angariar apoios para ajudar a organização não-governamental Tostan, demonstrando a autonomia das mulheres.

A viagem começa no próximo dia 26 de Junho, com a partida para a Europa, com a primeira paragem agendada para a Islândia, e Portugal a ser a última etapa do "velho continente". Em Portugal, no período do Natal, a lusodescendente, que recentemente passou também a ter a nacionalidade portuguesa, reunir-se-á com familiares. Depois rumará para Marrocos, no norte de África, seguindo para o Médio Oriente, Ásia, Oceânia, América do Sul e Central e espera terminar a aventura em Julho de 2019, nos Estados Unidos.

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Stéphanie Tavares vai ajudar associação que luta pela autonomia da mulher africana Feisal Omar/ Reuters

Quanto aos países envolvidos em conflitos, como a Síria e Iraque, diz que não tem medo. Stéphanie Tavares diz que já "fez o trabalho de casa", contactando pessoas daquela região que a informaram do "caminho mais seguro entre Beirute e Damasco". O maior desafio será a entrada na Arábia Saudita, onde não é permitido que as mulheres viagem sozinhas, mas para tudo, diz, há uma solução. "Este será o maior desafio pois terei que estar acompanhada. Estou a pensar em pedir ao meu pai que se desloque lá comigo. Ou então, vou pedir a alguém que entre comigo", esclareceu.

A "volta ao mundo" em três anos tem um orçamento entre os 30 a 70 mil dólares canadianos (20 a 47 mil euros), o que foi possível devido ao dinheiro angariado nos últimos anos, e também ao apoio de dois patrocinadores já confirmados, estando actualmente à procura de mais dois. Stéphanie Tavares criou uma página no Facebook — solo steph — onde está a registar todos os momentos desta aventura.

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