Morreu Fulvio Roiter, o fotógrafo de Veneza

Fotógrafo italiano é responsável pela imagem da cidade que todos temos na cabeça.

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Le Procuratie Nuove del Sansovino, Veneza, 1970
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Sem título, 1953-54
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Algarve
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Solfatara, Sicilia, 1953

O fotógrafo italiano Fulvio Roiter morreu na terça-feira aos 89 anos na sua casa em Veneza, noticiou Il Giornale dell’Arte. Segundo esta publicação, Roiter foi certamente o fotógrafo que mais contribuiu internacionalmente para fabricar o mito de Veneza com as suas fotografias a preto e branco de lugares icónicos, como a Praça de São Marcos, a revelar pormenores insólitos.

"O perfil de Veneza" - resume o diário La Repubblica -, “aquele que quase todos os turistas com máquina fotográfica tentam replicar, foi ele que o inventou”. Este jornal, depois de o colocar entre os grandes fotógrafos italianos, diz que Fulvio Roiter “foi aquele que mais contribuiu para difundir no mundo uma certa imagem sonhadora, poética e pictórica da paisagem italiana”.

Nascido em 1926 em Meolo, a poucos quilómetros de Veneza, o fotógrafo devia ter sido químico, mas um presente do pai, uma máquina fotográfica Welta, mudou-lhe a vida. Foi até à Sicília, fez centenas de quilómetros em cima de uma bicicleta e enviou o resultado para uma editora suíça especializada em fotografia, La Guilde du Livre. Teve como resposta: “Fazemos juntos Veneza.”

O resultado é Venise à fleur d’eau, publicado em 1954, um livro em que o fotógrafo explora a claridade, a transparência e a luz da cidade. “Veneza está submersa em água. Há dias diáfanos! O que tento fazer é encontrar o significado através da luz.”

Fulvio Roiter ganhou o prémio Nadar em 1956 logo aos 30 anos, tendo publicado mais de 100 álbuns, alguns deles verdadeiros sucessos editoriais. Foi um mestre da reportagem de viagem, especialmente a preto e branco, tendo apenas começado a fotografar a cores nos anos 70.

Entre os inúmeros livros de viagens que publicou, Roiter tem dois títulos dedicados a Portugal, fruto de várias deslocações ao Algarve, à Madeira e à Nazaré entre 1962 e 1965. Portugal (1970, Editions Silva, Zurique) é um volume mais ao estilo do típico livro de viagens da época, apenas com fotografias a cores e algumas páginas destacáveis. Já Algarve, Le Midi Portugais (1971, Clairefontaine, Lausanne), com textos em francês de Suzanne Chantal e Jacques Mercanton, é uma obra com outra subtileza autoral, misturando imagens a cores e a preto e branco, sendo estas mais abundantes e as que melhor transmitem o seu trabalho que tanto explora as maravilhas da paisagem como a figura humana nela inserida.

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