Pacotes vão ter menos açúcar a partir de Janeiro de 2017

Afinal, as saquetas de açúcar passam de oito gramas para cinco ou seis. Acordo foi assinado em Lisboa.

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Francisco George defendia que o ideal seria que a quantidade de açúcar máxima em cada pacote fosse de quatro gramas Pedro Cunha

A medida foi anunciada em Janeiro, mas afinal só vai avançar no início de 2017 e é menos ambiciosa do que inicialmente se pretendia. As embalagens individuais (pacotes) de açúcar distribuídos nos cafés e restaurantes vão passar a conter entre cinco a seis gramas, segundo um acordo que acaba de ser assinado esta quinta-feira em Lisboa entre os representantes da indústria e as autoridades de saúde.

O acordo prevê uma redução por cada pacote (saqueta), que passará a conter entre cinco e seis gramas de açúcar, em vez dos actuais seis a oito gramas, explicou à agência Lusa o presidente da Associação de Refinadores de Açúcar de Portugal. Isto enquanto o director-geral da Saúde, Francisco George, afirmava que o ideal será conseguir que a quantidade de açúcar máxima em cada pacote seja de quatro gramas. 

Os protocolos para "o consumo responsável e equilibrado de açúcar" foram assinados ainda pelos representantes da Associação Industrial e Comercial do Café e a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.

Sublinhando que o que se pretende é "dar um sinal a todos os portugueses" de que devem diminuir a ingestão de açúcar, o director-geral recordou o contributo do açúcar em excesso no desenvolvimento de diabetes, doença que é o tema central do Dia Mundial da Saúde, que se assinala hoje.

Quando a proposta foi divulgada em Janeiro, Francisco George enfatizou que o objectivo era reduzir para metade ou menos de metade (quatro a três gramas) a quantidade de açúcar dos pacotes servidos no sector da restauração e tornar obrigatório que apenas fossem disponibilizados aos clientes no caso de estes o pedirem, e não de forma indisciminada, como acontece actualmente.

Após a assinatura do acordo, o  representante dos industriais do açúcar, Francisco Avillez, considerou que a alteração não será sentida de forma significativa pelos consumidores, mas admitiu que vai ter impacto na indústria. "As empresas vão reduzir a sua rentabilidade, mas estão conscientes de que é o melhor para os portugueses", afirmou, sem especificar o montante das perdas com a redução da quantidade de açúcar nas embalagens.

Em Janeiro, o director-geral da Saúde disse que esta mudança seria apenas uma das medidas que visam reduzir o consumo de açúcar e, consequentemente, diminuir a taxa de doenças crónicas, especialmente a diabetes tipo 2 e a obesidade, dois dos principais problemas de saúde pública em Portugal. 

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