Um caso da vida

Freeheld: Amor e Justiça é o relato de uma “cause célebre” na luta pelos direitos LGBT na sociedade americana, dirigido com a moleza dos telefilmes sobre “casos da vida”.

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Freeheld – Amor e Justiça: relato de uma cause célebre na luta pelos direitos LGBT

Freeheld - Amor e Justiça é uma versão ficcionada de um caso que já tinha sido retratado em documentário há cerca de dez anos: a uma agente da polícia de New Jersey é diagnosticado um cancro e, enquanto luta contra a doença, luta também pelo direito de a sua companheira herdar o seu património e receber uma pensão de viuvez. Julianne Moore e Ellen Page interpretam o casal, num filme certamente bem intencionado no seu relato de uma “cause célebre” na luta pelos direitos LGBT na sociedade americana, mas dirigido com a moleza daqueles telefilmes sobre “casos da vida”.

Se o papel de Moore lhe oferece mais uma ocasião para calçar os sapatos de sucessora de Meryl Streep, e logo em “dois em um” (a doença e o activismo), há um certo oportunismo na forma como Sollett exibe (é o termo) os efeitos da doença na caracterização da personagem – não andamos muito longe da chantagem emocional exercida sobre o espectador, confirmada quando, no genérico final, se montam fotografias dos correspondentes reais do casal de personagens. Mas este conflito entre boas intenções e “exploitation” nem chega a ser relevante, tal a desinspiração académica com que o filme é conduzido.

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