Tem mais de 40 anos de carreira mas não é com frequência que toca no continente, por razões que têm a ver com a sua condição insular. Nascido em Ponta Delgada (São Miguel, Açores), no dia 22 de Fevereiro de 1948, Luís Alberto Bettencourt tem dez discos gravados em nome próprio, o mais recente dos quais, Acústico, lançado em finais de 2015, é agora pretexto para um concerto no qual se propõe rever a sua carreira. "É uma viagem por temas dos meus discos, baseada no meu último CD, Acústico, mas também por temas que compus para bandas sonoras de programas de televisão. Será uma viagem pelas músicas que tenho feito, como cantautor, ao longo de mais de 40 anos."

Dos tempos em que esteve na Guiné-Bissau, como militar (1970-72), trouxe para a sua música algo que absorveu na sua "condição de ilhéu": "essencialmente a alma africana". Nos Açores, trabalhou como operador de câmara, com Zeca Medeiros, para várias séries que este realizou para a RTP, mas também fizeram, diz, "muitas músicas e muitos projectos juntos". No seu trabalho, diz ter procurado sempre uma marca distinta, ligada à autenticidade. "Nunca estive preocupado com o circuito das modas, mas sim com um tipo de composição original retratando vivências da minha qualidade de insular e de português."

No concerto que dará este sábado, no Cineteatro Municipal D. João V, na Damaia (21h30), acompanhado por uma banda de cinco músicos, Luis Alberto Bettencourt tem como convidadas as cantoras Filipa Pais e Bia (jovem revelação açoriana), que cantarão com ele Chamateia (um dos seus temas mais célebres) e Tanchão. Além dele (voz e guitarra), estarão em palco António Feijó (contrabaixo), Paulo Bettencourt (guitarra com cordas de aço), Eduardo Botelho (guitarra com cordas de nylon), Pedro Silva (teclas) e Ricardo Reis (bateria).