Guerra de Rui Moreira com a TAP deu um livro

TAP - Caixa Negra tem o lançamento marcado para terça-feira, dia 22.

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Rui Moreira Nelson Garrido
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A capa do livro DR

O conflito entre o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e a TAP vai ser explicado, sob o ponto de vista do autarca, num livro que será lançado na próxima semana. Recuando aos tempos em que Moreira ainda era líder da Associação Comercial do Porto, a obra, lançada pela editora Almedina, promete muitas revelações.

Estarão lá os "bastidores" das muitas batalhas travadas, primeiro contra a privatização da ANA e, mais recentemente, contra a estratégia seguida pela TAP no Porto, e que o autarca considera ser de “abandono do aeroporto”. Mas há mais, garantem os autores, anunciando que nas 250 páginas escritas por Rui Moreira e o seu adjunto, Nuno Nogueira Santos, há muitos “números e outros dados acerca da actividade da TAP, das suas participadas, dos negócios no Brasil, da compra e desaparecimento da Portugália e da contratação da White Airways para operar a anunciada ponte aérea entre o Porto e Lisboa, com aviões da brasileira Azul”. Além disso, no comunicado que anuncia a obra, prometem-se "pormenores desconhecidos acerca da vinda da Ryanair para Portugal, jantares secretos e cartas a vários primeiro-ministros".

TAP - Caixa Negra é prefaciado pelo antigo ministro Luís Valente de Oliveira e tem o lançamento marcado para a próxima terça-feira, dia 22, na Fundação de Serralves.

A “guerra séria” entre Rui Moreira e a TAP agudizou-se no início deste ano, quando a companhia aérea anunciou o corte de vários voos de médio curso, incluindo quatro a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro – Barcelona (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Milão/Malpensa e Roma (Itália). O autarca acusou a empresa de abandonar o Porto e exigiu que o Governo clarificasse se a TAP era, afinal, pública ou privada, considerando que no primeiro caso, ela tinha de “prestar serviço público” e não podia centrar os seus serviços em Lisboa. Rui Moreira defendeu mesmo que a TAP deveria deixar de ser uma “companhia de bandeira”, no caso de ser considerada uma companhia privada.

Rui Moreira insurgiu-se também contra o anúncio da nova rota entre Lisboa-Vigo, que considerou “dramática” para o Porto, o que abriria um conflito com o alcaide daquela cidade espanhola, ainda por sanar.

O director executivo da TAP, Fernando Pinto, esteve, entretanto, reunido com a direcção do Conselho Metropolitano do Porto, insistindo nos benefícios da ponte aérea entre Lisboa e Porto, que começara a operar este mês. O responsável recusou-se a comentar as críticas do autarca do Porto, mas disse existir “alguma desinformação” em relação à estratégia anunciada pela companhia.

A privatização da TAP está um impasse depois de o regulador ter posto em causa o negócio realizado ainda durante a vigência do anterior governo. A aquisição estatal de 50% da TAP, entretanto anunciada pelo governo de António Costa, já foi anunciada, mas ainda não se concretizou, não sendo claro qual será o desfecho de todo o processo. 

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