Verdes europeus em Portugal com “sede grande de perceber” novo “rumo político”

Delegação dos ecologistas europeus acredita que mais governos progressistas na União Europeia trarão maior mudança política.

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Heloísa Apolónia é uma das dirigentes do PEV. Foi dela a assinatura do acordo com o Governo miguel manso

O que veio uma delegação dos Verdes europeus fazer a Portugal durante dois dias? Vieram com “uma sede grande de perceber a mudança de rumo político” por que Portugal está a passar. A descrição é da deputada do Partido Ecologista os Verdes, Heloísa Apolónia, que se encontrou com a delegação composta pela eurodeputada Verde Ska Keller, a secretária-geral do Partido Verde Europeu, Mar Garcia, e a Gwendolina Delbos-Corfield, do Comité Executivo dos Verdes Europeus.

Heloísa Apolónia contou que os Verdes europeus – que também se reuniram com os grupos parlamentares do PS, PCP e BE - quiseram “conhecer a experiência nova que se está a viver em Portugal”. E os ecologistas portugueses aproveitaram para transmitir que as “regras da zona euro, às vezes, estrangulam as especificidades de cada país”.

Questionada sobre as prioridades ambientais abordadas no encontro, Heloísa Apolónia contou que falaram sobre medidas que foram tomadas já depois de a Assembleia da República ter uma maioria de deputados de esquerda, como a não privatização da água. Discutiu-se também a necessidade de apostar no fomento dos transportes colectivos e de ter um outro olhar sobre a conservação da natureza e o ordenamento florestal.

Manuela Cunha, dirigente nacional d’Os Verdes, acompanhou as várias reuniões individuais com os grupos parlamentares. Os pontos abordados foram basicamente os mesmos, diz. Quiseram também saber como se respeitam as diferentes forças políticas, como “concordam e discordam”, como chegam a consenso, como dialogam com a Comissão Europeia.

No final dos encontros, em declarações aos jornalistas, a eurodeputada e vice-presidente dos Verdes no Parlamento Europeu, Ska Keller, disse que "quantos mais" governos de esquerda progressista houver na União Europeia (UE), "mais mudanças" nas políticas económicas, sociais e ambientais europeias haverá também.

"Viemos precisamente para conhecer a situação e que contributo Portugal e a Grécia, podem dar [à UE]. Porque é essencial haver na UE mais governos progressistas que pressionem por mudanças económicas, pelo fim da austeridade, mas também por mais solidariedade - por exemplo em relação aos refugiados -, e que [sejam] uma nova voz ambientalista", disse a eurodeputada alemã citada pela Lusa.

"Espanha podia ser o próximo. Se houver novas eleições para formar um governo de esquerda progressista que ponha verdadeiramente fim à austeridade, um governo para todas as pessoas, que lute pela solidariedade na UE e que também receba mais refugiados", respondeu a eurodeputada quando questionada sobre a situação de impasse em Espanha, onde chegou a participar na campanha eleitoral do Podemos. Com Lusa

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