Cão suspeito de ter provocado a morte do dono

A vítima de 77 anos foi encontrada já morta pelos bombeiros, tendo no pescoço e na cabeça várias marcas de dentadas de cão.

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Seis das nove ambulâncias serão operadas pelo INEM e três por bombeiros. Nelson Garrido (arquivo)

Um homem foi encontrado, na manhã desta terça-feira, sem vida no seu quintal, apresentando dentadas de cão no pescoço e na cabeça, as quais poderão ter sido fatais. O animal, de grande porte, era do próprio e desconhecem-se os motivos pelos quais terá, eventualmente, atacado o seu dono. Segundo disse a família da vítima a responsáveis da junta de freguesia, o cão teria já alguma idade e estava há muitos anos nesta casa. Os familiares dizem que o cão era conhecido por ser agressivo.

O alerta foi recebido pelos Bombeiros Voluntários de Baltar pelas 12h20m e foi dado pela esposa da vítima, após o qual seguiram para a localidade de Vandoma, concelho de Paredes. A informação inicial indicava que se tratava de um indivíduo do sexo masculino que estaria inconsciente mas quando chegaram ao local os bombeiros depararam-se com uma situação mais grave que o esperado, adiantou ao PÚBLICO fonte da corporação.

O sujeito estaria já morto há algum tempo dada a temperatura da vítima e o seu estado de rigidez. A presença do canídeo no local e as marcas das mordidas no pescoço e na cabeça levaram à conclusão de que poderá ter sido o ataque do cão a provocar a morte do dono. Perícias posteriores poderão confirmar, ou não, se foi esta a causa da morte. O corpo estava posicionado como que se estivesse em posição de defesa. 

Depois de recolhido por uma equipa especializada da Câmara Minuicipal de Paredes, o cão em questão - que, segundo a veterinária do canil municipal, Adélia Pereira, não corresponde ao padrão de nenhuma raça específica, podendo resultar de um cruzamento entre as raças Serra da Estrela e pastor alemão - foi encaminhado para o canil municipal, onde se encontra em quarentena, essencialmente por razões sanitárias, para detectar doenças como a raiva. A veterinária disse ao PÚBLICO que o comportamento do cão, desde que foi recolhido até agora, é o comportamento normal de um animal que vê o seu entorno habitual alterado pela presença de indivíduos estranhos e por estar colocado num ambiente novo: este demonstra medo e muita reserva.

Questionada sobre as suspeitas de maus tratos ao canídeo, Adélia Pereira diz que o animal será agora sujeito a uma avaliação contínua para depois confirmar ou desmentir essa suspeita mas que, a olho nu, não se comprovam no animal sinais visíveis de maus tratos.

O futuro deste cão é agora incerto. Enquanto que as restantes autoridades não apurarem o que efectivamente se passou na manhã de terça-feira - nomeadamente, as perícias no local dos actos e o relatório da autópsia - o animal continuará no canil em quarentena e sob vigilância. Depois de todos os dados recolhidos, a equipa do canil começará a trabalhar com o cão, dando cumprimento às ordens que forem dadas. Neste tipo de casos, os animais podem ser treinados e posteriormente devolvidos aos proprietários ou ser abatidos. Tudo depende da decisão tomada e também da avaliação feita ao canídeo feita pelos técnicos municipais.

No local onde foi encontrada a vítima, estiveram presentes os bombeiros de Baltar com a ambulância do INEM, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vale de Sousa, a GNR de Lordelo e o Núcleo de Investigação Criminal. O cadáver foi levado para a morgue do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, onde será autopsiado.

Texto editado por Ana Fernandes

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