Ciclone Winston arrasa aldeias inteiras nas Fiji e faz pelo menos 20 mortos

Zonas mais remotas do arquipélago estão sem comunicações, alagadas e, em alguns casos, totalmente destruídas. Começa grande operação de limpeza e resgate.

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Imagem aérea recolhida no domingo numa das pequenas ilhas das Fiji. Força Aérea da Nova Zelândia/Reuters

O número de vítimas causado pelo pior ciclone na história das Fiji aumenta à medida que lentamente se restabelecem ligações às aldeias mais remotas do pequeno arquipélago de 900 mil habitantes. Algumas foram completamente destruídas no sábado pelas rajadas do ciclone Winston, que chegaram aos 325 quilómetros/hora.

Na manhã de segunda-feira as autoridades locais confirmavam 20 mortos. Responsáveis do Governo e agências de socorro prevêm que o número aumente nos próximos dias. O recolher obrigatório imposto no fim-de-semana foi levantado apenas nas primeiras horas de segunda, permitindo ao exército começar o caminho até às zonas mais remotas do arquipélago.

“Os habitantes estão a tentar desesperadamente reparar as linhas de comunicação que estão em baixo, mas antecipam que as notícias que os esperam sejam graves”, afirmou à Reuters Raijeli Nicole, directora para o Pacífico da organização humanitária Oxfam. “Dada a intensidade da tempestade e as imagens que vimos até agora, há fortes receios de que o número de mortos não pare de aumentar e de que centenas de pessoas tenham de se confrontar com os seus lares e meios de subsistência completamente destruídos.”

As primeiras imagens recolhidas por meios aéreos dão conta de aldeias inteiras arrasadas, principalmente nas zonas de baixa altitude, que estão agora inundadas e cujas habitações de latão parecem não ter resistido aos ventos fortes do ciclone Winston. Perto de oito mil pessoas ainda estão, nesta segunda-feira, em centros de acolhimento.

“É evidente que as Fiji estão diante de uma enorme operação de limpeza e resgate”, afirmou o ministro neozelandês dos Negócios Estrangeiros, Murray McCully, adiantando que um avião militar C-130 partiria ao final do dia para a capital, Suva, transportando material humanitário e uma equipa de socorro.

Por enquanto é difícil calcular o rasto de destruição causado pelo ciclone de sábado, mas as primeiras estimativas apontam para pelo menos 150 casas destruídas. A prioridade das equipas de salvamento será chegar aos locais mais vulneráveis das mais de 300 ilhas do arquipélago, que perderam não apenas as linhas de comunicação com os centros urbanos, mas também colheitas, electricidade e acesso a água potável, o que desperta o receio de uma crise de saúde pública.   

“Depois deste drama, muitos estão privados de electricidade e de água e não têm acesso a comunicações”, alertou o primeiro-ministro, Voreqe Bainimarama, citado pela AFP. 

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