Cava de Viriato e centro histórico com “potencialidades” para ser Património da Humanidade

Grupo de trabalho acredita nas virtualidades que Viseu poderá ter ao enveredar por um processo de classificação. Alerta, contudo, que há ainda um longo caminho pela frente sem certezas de resultados.

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O Centro Histórico e a Cava de Viriato, em Viseu, formam o conjunto monumental que tem potencial para ser reconhecido como Património Mundial, mas ainda é necessário realizar estudos para consolidar este edificado com o valor excepcional necessário para alcançar tal distinção. Esta é a conclusão do grupo de reflexão que foi criado pela autarquia viseense para apontar caminhos que levem à classificação de Património da UNESCO. O grupo, constituído por historiadores, investigadores, arquitectos, arqueólogos e responsáveis por outras candidaturas nacionais, acredita que este núcleo pode assumir-se como tendo sido preponderante na construção da nacionalidade portuguesa e na independência do reino.

“Apesar de se reconhecer que existe potencial para que estes bens possam um dia vir a ser classificados como Património Mundial, não existem ainda dados suficientes que possam sustentar uma declaração de Valor Universal Excepcional, nem garantias que tal venha a ser comprovado”, pode-se ler nas conclusões do grupo que tem, entre os seus elementos, Raimundo Mendes da Silva,  curador da candidatura conimbricense a Património da Humanidade da UNESCO. A classificação requer que os bens tenham uma importância cultural tão excepcional que transcenda as fronteiras nacionais e se reviste do mesmo carácter inestimável para as gerações atuais e futuras de toda a humanidade.

Segundo os especialistas, este património ainda não alcançou “o reconhecimento pleno do valor que possui”, mas acreditam haver um “claro potencial não explorado”.

Como caminho para a valorização, o grupo propõe um “forte investimento” em estudos científicos e arqueológicos, no que respeita à Cava de Viriato, e a adopção de novas políticas de intervenção relativamente à reabilitação no Centro Histórico.

Aconselha ainda a que sejam feitos estudos comparativos com outros casos, nacionais e internacionais, para comprovar a “excepcionalidade” do conjunto monumental de Viseu, assim como colocar em funcionamento um sistema de protecção e gestão “adequado para assegurar a salvaguarda destes bens” e reforçar a sua valorização e promoção.

“O processo que necessitará de ser despoletado é vantajoso e desafiante, mas longo, trabalhoso, com custos e ainda sem garantias no alcançar desde desígnio”, conclui o grupo.

Para o presidente da Câmara de Viseu, independentemente dos resultados, este grupo de reflexão confirmou o “sentido de oportunidade da nossa aposta numa estratégia de valorização do património cultural de Viseu”.  “Esta confirmação entusiasma-nos a prosseguir. Há um longo trabalho a fazer, mas que vale a pena. As suas conclusões apontam caminhos importantes para o Município e para toda a cidade-região”, assume Almeida Henriques que traçou como prazo para a candidatura um horizonte de dez anos.

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