Arquitectura: portugueses inspiram-se nos palheiros para projecto nas Ilhas Faroé

Sistema construtivo proposto tem semelhanças com os palheiros do Norte do país

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O Mass lab escritório de arquitectos do Porto, integra os quatro finalistas de um concurso para a construção de um complexo habitacional nas Ilhas Faroé. Curiosamente, a proposta deste atelier inspira-se na velha e tradicional arquitectura portuguesa do palheiro.

Duarte Fontes, um dos três sócios fundadores do Mass lab, explicou à Lusa que "a ideia passa por um sistema construtivo com alguma semelhança com os palheiros do Norte do país", indo ao encontro daquilo que são as tipologias habitacionais típicas da região nórdica. "O desafio era construir numa encosta íngreme reduzindo ao máximo a incisão no terreno", precisou Duarte Fontes, sublinhando as dimensões da área envolvida: mais de 45 mil metros quadrados.

O Mass lab, que recebeu já 32 mil euros durante o concurso, viaja no mês de Março até às Ilhas Faroé para "ter 'workshops' com o júri, com gabinetes locais", contactar com as populações e falar com consultores "no sentido de integrar e aprofundar a proposta. 

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Diogo de Sousa Rocha, Duarte Ramalho Fontes e Lourenço Menezes Rodrigues DR

"Os objectivos do concurso passam pela construção de um bairro residencial num terreno íngreme localizado na colina leste de Runavík e com vistas sobre o fiorde. Dada a extensão do terreno e os requisitos complexos de construção, a proposta da Mass Lab passa por uma organização espacial que valoriza o espaço público, refletindo a ambição social do projecto", pode ler-se no comunicado do grupo de arquitectos (formados na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto) que abriu o escritório há um ano. Ainda segundo o mesmo documento, "a proposta consiste na ideia de que todos os pátios de acesso são ladeados por quatro casas e cada conjunto destes é rodeado por quatro jardins".

Duarte Fontes acrescenta que a proposta se trata de "uma série de 'clusters' de casas que, agregadas, formam um plano bastante complexo e, ao mesmo tempo, claro de organização das habitações". "O desafio passava por tentar inserir um sentido de urbanidade e de densidade nestas ilhas. Ao mesmo tempo", conclui o arquitecto, "a nossa ideia foi promover um sentido de cidade recuperando este sentido de alguma espontaneidade nos agrupamentos".

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