Outros casos de infecção hospitalar

Os 21 casos em Coimbra de doentes com a bactéria Klebsiella pneumoniae não são inéditos.

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O primeiro caso do Hospital de Gaia foi detectado em Agosto de 2015 Marco Duarte

Abril de 2003

A infecção contraída em meio hospitalar ganhou maior relevância pública ao ser divulgada a morte de cinco crianças que tinham passado pelo Serviço de Pediatria do Hospital da Senhora da Oliveira (Guimarães), vítimas de infecções respiratórias causadas por adenovírus. A Inspecção-Geral da Saúde emitiu então uma série de recomendações e a Direcção-Geral da Saúde passou a incluir no seu site informações sobre infecção hospitalar, em que alertava para a necessidade do bom funcionamento das comissões de controlo de infecção (obrigatórias desde 1996).

Fevereiro de 2004

Quatro idosos morreram no Hospital de Pombal com pneumonia, associada a várias bactérias multirresistentes, nomeadamente a Acynetobacter baumanni. O surto envolveu sete pacientes com idades compreendidas entre os 75 e os 87 anos e diversas patologias associadas — como diabetes, bronquite crónica e problemas cardiovasculares.

Agosto de 2005

Quatro doentes que se encontravam internados no Serviço de Pneumologia do Hospital de Santo André (Leiria) foram isolados em quartos individuais, na sequência do contágio com a bactéria hospitalar Acinetobacter baumanii. Dois dos doentes apresentavam uma infecção multirresistente. Neste caso, não foi divulgada qualquer morte associada à bactéria.

Maio de 2007

Um menino de 20 meses infectado com três bactérias morreu no Hospital de S. João (HSJ), no Porto, depois de ter passado pela unidade de cuidados intensivos. O bebé estava infectado com uma bactéria muito rara que tinha sido detectada semanas antes no hospital e que foi encontrada em mais sete crianças ali internadas. Ficou por determinar se a morte se deveu a um microrganismo raro, a Klebesiella ornithinolytica, porque a criança estava também infectada com mais duas duas bactérias. Todas as crianças em que a bactéria foi detectada estavam a ser alimentadas artificialmente por via endovenosa através de bolsas manipuladas nos serviços farmacêuticos do hospital.

Janeiro de 2009

No Hospital de Faro, foram detectados 31 doentes infectados com Clostridium difficile, oito dos quais morreram. O inquérito epidemiológico feito pela autoridade de saúde e pelo hospital concluiu que nenhuma das mortes foi directamente imputável à bactéria e que as causas primárias dos óbitos foram outras patologias.

Agosto de 2015

Foi no dia 7 de Agosto de 2015 que o Hospital de Gaia identificou o primeiro caso de Klebsiella pneumoniae num doente internado na unidade. Depois desse foram identificadas mais de cem pessoas portadoras da bactéria, ainda que nem todas tenham desenvolvido uma infecção associada à Klebsiella pneumoniae multirresistente. Pelo menos três mortes terão sido associadas à bactéria. Segundo a Direcção-Geral da Saúde, o caso ficou a dever-se ao uso excessivo e muito prolongado de antibióticos em ambiente hospitalar. O hospital suspeita de que a origem do surto tenha sido numa doente que fez vários ciclos de antibiótico e que partilhou, no dia 29 de Julho, a mesma unidade de pós-operatório com o primeiro paciente infectado.

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