Cândido Ferreira defende que Presidente deve aprofundar a Constituição

"A nossa Constituição é um trabalho para mil anos, a nossa Constituição é lindíssima”, diz o candidato.

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Cândido Ferreira é um dos dez candidatos a Belém Rui Gaudêncio

O candidato presidencial Cândido Ferreira considerou nesta quarta-feira que o Presidente da República deve ser um árbitro, devendo não só cumprir a Constituição, mas também aprofundá-la, pois aponta o caminho que deve ser a preocupação constante dos portugueses.

"O papel do Presidente da República é um papel de arbitragem e, portanto, estando acima das tendências políticas, tem de harmonizar a sociedade portuguesa. Há depois uma outra parte, não só de fazer cumprir a Constituição, mas de a aprofundar", considerou o candidato.

Cândido Ferreira falava aos jornalistas no final de uma reunião com a Associação Nacional de Famílias Numerosas, em Lisboa.

"A nossa Constituição é um trabalho para mil anos, a nossa Constituição é lindíssima, aponta-nos caminho que é o caminho da solidariedade humana, da dignidade, dos direitos sociais e, portanto, todo esse caminho é um caminho muito longo e que terá de ser uma preocupação constante dos políticos e dos portugueses", acrescentou.

Cândido ferreira afirmou que visitou a associação porque também ele "faz parte de uma família numerosa", pois "criou sete crianças e há mais quatro ou cinco netos em perspectiva".

Para o candidato, "tem de começar a haver políticas de família", pois em Portugal "não há políticas estáveis".

"Não podemos andar a mudar os livros escolares todos os anos, não podemos andar uns anos com exames, outros anos sem, porque isto põe em causa a própria escola pública, isto põe em causa todos os planos de apoio às famílias numerosas e aos filhos dessas famílias", concretizou.

Para o candidato à Belém, "o papel do Presidente da República será, com o seu ministério de influência, tentar que o Governo, que os partidos políticos possam vir a ter consensos e possa haver entre eles compromissos para que haja planos estáveis e duradouros de apoio à família".

Os temas que têm estado na ordem do dia, na opinião do candidato, "não têm propriamente a ver com a natalidade, nem com o apoio a este género de famílias".

O médico aproveitou ainda para voltar a tecer acusações aos opositores António Sampaio da Nóvoa, Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém, rejeitando, porém, que esta seja uma estratégia da sua candidatura, e defendendo que "as pessoas têm de ser escrutinadas".

Questionado relativamente ao resultado que espera alcançar nas eleições de domingo, o médico afirmou não esperar "nenhuma revolução", recusando fazer prognósticos.

O candidato a chefe de Estado referiu, porém, acreditar numa segunda volta mas, na sua opinião, isso não será possível devido aos partidos de esquerda.

"A esquerda apareceu tão mal organizada, tão dividida, tão desorientada, que me parece que não está interessada numa segunda volta", sustentou.

Cândido Ferreira sublinhou, ainda, que a sua candidatura "seria a candidatura capaz de derrotar Marcelo Rebelo de Sousa numa segunda volta", e "se os dirigentes dos partidos de esquerda não entenderam isto, o problema é deles".

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