Marcelo defende-se das críticas e diz que "não estão a perceber o filme"

Candidato presidencial em campanha na Lourinhã.

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Miguel Manso

O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa defendeu-se nesta quinta-feira das críticas que lhe têm sido dirigidas e, sem nomear ninguém, disse que "não estão a perceber o filme" e por isso são surpreendidos pelas sondagens.

Numa sessão pública na Lourinhã, num auditório com cerca de 300 pessoas, o social-democrata afirmou que a sua proximidade dos portugueses não é artificial, nem algo que se possa "pedir a uma agência de marketing", e que a criticada "campanha da marmita" retrata quem ele é.

"As pessoas não só não me conheciam como não conheciam os portugueses. Estavam duplamente equivocadas", considerou, confessando que isso o deixou tentado a retomar o papel de comentador para dizer: "Não levem a mal, mas eu penso que não estão a perceber o filme".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "há aqui dois filmes e duas campanhas", uma "que é entre um candidato e os portugueses", e outra "que é entre outros candidatos e aquele candidato em que batem todos os dias".

O antigo presidente do PSD reivindicou ter criado "uma cumplicidade afectiva" e "uma confiabilidade" com os portugueses que foram seus alunos ou que o acompanharam como comentador, independentemente do seu posicionamento ideológico.

Marcelo contestou que se considere "pecaminoso" esse relacionamento: "Parece que eu tinha estado a cometer algum pecado ao comunicar com milhões de portugueses ao longo de tantos anos, como se não fosse útil e importante aproximar as pessoas".

"Eu pasmo com as pessoas não perceberem que o que é preciso é haver mais disso, e não menos", reforçou.

No seu entender, isso não é compreendido "e depois as pessoas olham para os resultados das sondagens e surpreendem-se", mas "o que está errado é a cabeça dessas pessoas".

Depois, respondeu àqueles que dizem "ah, mas que campanha tão esquisita que o homem está a fazer, aquela campanha de aparecer sozinho, sem séquitos à frente e séquitos atrás, com uma sandes" e que estranham "essa campanha da marmita, essa campanha tão solitária, essa campanha tão despojada".

"Do que se trata é de deixar fluir aquilo que é a característica natural das pessoas, e utilizar essa característica ao serviço da comunidade", afirmou, acrescentando que "não é uma coisa que se possa artificialmente criar, não dá para pedir a uma agência de marketing".

Esta sessão pública, na qual Marcelo exaltou as qualidades do país e dos portugueses e recebeu constantes aplausos dos presentes, terminou com o candidato a gritar "Portugal, Portugal" e ao som do hino nacional, a fazer lembrar um comício.