GNR encontra mulher decapitada quando ia avisá-la da morte do marido

Casal morava no concelho de Baião. Homem era guarda aposentado.

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GNR identificou suspeitos da agressão, mas entregou o caso à PJ. Foto: Carla Carvalho Tomás

A Polícia Judiciária está a investigar o caso de uma mulher encontrada decapitada em sua casa esta quarta-feira pelas autoridades, que iam avisá-la da morte do companheiro. Tudo aconteceu em Santa Marinha do Zêzere, no concelho de Baião.

Com 64 anos, o homem tinha sido encontrado morto às 7h50, na praia junto ao porto de Leixões, no concelho de Matosinhos, pela Polícia Marítima, indicou fonte da GNR do Porto. "As autoridades tentaram contactar a senhora para a avisar da morte do companheiro e, como não conseguiram, decidiram deslocar-se a sua casa. Chegando lá, a GNR encontrou a mulher, de 56 anos, já cadáver, na sala. Por haver indícios de homicídio, o caso foi entregue à Polícia Judiciária", resumiu a GNR do Porto.

Outra fonte da GNR informou que foi pelas 13h15 que os guardas encontraram a mulher decapitada na sua residência. Os militares depararam-se com um cenário que consideraram "dantesco". Suspeita-se de que tenha sido o companheiro, ele próprio um militar da GNR aposentado, a decapitar a mulher, que tinha 56 anos, uma vez que existiam denúncias de violência doméstica contra ele. O homem não estaria, porém, sujeito a nenhuma medida de afastamento coercivo da companheira, como a pulseira electrónica, uma vez que essas denúncias de violência doméstica já seriam antigas.

A confirmar-se ter sido o companheiro, este será o primeiro homicídio do ano de 2016 num contexto de violência doméstica. Em 2015 registaram-se pelo menos 29 mortes de mulheres deste tipo, a grande maioria das quais perpetradas pelos maridos ou companheiros. O facto de se tratar de um número muito inferior ao de 2014, ano em que foram assassinadas 44 mulheres, não sossega quem tem vindo a estudar o fenómeno. "Não se pode falar ainda numa tendência de descida dos homicídios por violência doméstica, uma vez que os números têm oscilado muito de ano para ano, para cima e para baixo. Já houve anos com apenas 22 mortes", descreve Elisabete Brasil, do Observatório de Mulheres Assassinadas da União de Mulheres Alternativa e Resposta.

A mesma responsável não tem memória de nenhum outro caso de decapitação em contexto de violência doméstica. Os agressores preferem armas de fogo em primeiro lugar, seguindo-se as armas brancas.

 

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