Nóvoa critica “falta de clareza” de Marcelo em véspera de debate

O candidato visitou o Comando Conjunto para as Operações Militares acompanhados por dois ex-Chefes de Estado-Maior que o apoiam.

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Sampaio da Nóvoa visitou o Comando Conjunto para as Operações Militares Nuno Ferreira Santos

À chegada, Sampaio da Nóvoa vinha com pressa, já em ritmo de campanha. Desceu à chuva do seu carro e cumprimentou o General Pinto Ramalho, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, que vinha acompanhá-lo, como apoiante, a esta visita ao comando operacional das Forças Armadas portuguesas. Com o candidato viajavam outros militares, seus apoiantes: o Almirante Melo Gomes e o General Luís Araújo, ex-chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

Vinham todos para um briefing, reservado, sobre as missões do Comando Conjunto para as Operações Militares, no Reduto Gomes Freire, em Oeiras, nas antigas instalações do Comando Conjunto de Lisboa da NATO. Entrou por uma porta com uma inscrição em inglês que garantia um “nível de alerta de segurança A+”. E lá ficou cerca de uma hora, a ouvir os responsáveis deste órgão do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Todas as explicações que ouviu eram “reservadas”, o que impediu a presença dos jornalistas ali presentes. Mas à saída, Nóvoa, acompanhado pelos seus apoiantes e pelo mandatário nacional, Correia de Campos, classificou de “muito importante” a reunião. O candidato garante que as “Forças Armadas são um pilar central da nossa soberania” e que exercer a função de “comandante supremo” é uma das funções principais do Presidente da República, para a qual se tem vindo a preparar.

Lembrando que existem cerca de dois mil militares portugueses envolvidos em missões fora do país, a “assegurar a paz e a segurança em muitos pontos do mundo”, Nóvoa agradeceu ao chefe do Estado-maior das Forças Armadas as informações que recebeu.

O candidato voltou a afirmar que, entre as suas “primeiras preocupações”, está também assegurar “a cooperação institucional e a garantia de estabilidade” política. Por estar ali, em terreno militar, Nóvoa evitou comentar a actualidade política desta fase final da pré-campanha das presidenciais. Remeteu para o primeiro-ministro, António Costa, qualquer avaliação sobre o grau de cooperação que os vários candidatos asseguram com o Governo. Mas voltou a elogiar a solução governativa actual: “Sinto-me muito confortável com este novo tempo.”

Mas a chuva continuava a cair e as declarações abreviaram-se ainda mais. A próxima pergunta era sobre a polémica das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o chumbo pelo Tribunal Constitucional do primeiro Orçamento de Passos Coelho, apontada pela candidata Marisa Matias no frente-a-frente com o seu rival. Nóvoa começou por não querer responder – “terei oportunidade de discutir com Marcelo Rebelo de Sousa no debate” desta quinta-feira à noite. Mas acabou por criticar a “duplicidade” das posições assumidas pelo candidato, agora e enquanto era comentador residente na TV. Para Nóvoa, algumas das afirmações de Marcelo “dizem uma coisa e o seu contrário”. E é essa “falta de clareza”, que critica, que na sua opinião constitui “um problema”.

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