Destes dez projectos, quatro vão sair vencedores dos Desafios Porto

A ideia era encontrar soluções para os problemas que os cidadãos disseram querer ver resolvidos na sua cidade. Em Janeiro serão conhecidos os quatro vencedores, que irão receber apoios para desenvolver as suas propostas.

Foto
Na última década, os idosos a viver sós ou em companhia com outros idosos aumentou 28% Adriano Miranda/Arquivo

Só em Janeiro é que serão conhecidos os quatro vencedores do Desafios Porto, o projecto lançado pela Câmara do Porto com o objectivo de encontrar soluções tecnológicas para quatro problemas identificados pelos cidadãos em quatro grandes áreas: Saúde e Bem-Estar; Energia; Cidade Digital; e Mobilidade e Ambiente. De acordo com o calendário do projecto, os vencedores já deveriam ter sido conhecidos em Novembro, mas a grande participação das empresas levou ao adiamento e a uma fase intermédia que não estava prevista.

Segundo a Câmara do Porto mais de cem soluções para os dezasseis desafios apresentados em Outubro chegaram aos serviços municipais. Propostas de “elevada qualidade” que levaram o júri a optar por “dar a conhecer um conjunto mais alargado de finalistas”, explica a autarquia em comunicado. Foram pré-seleccionadas duas propostas na área de Saúde e Bem-Estar e na área de Energia e três nas áreas Cidade Digital e Mobilidade e Ambiente. No final, só uma de cada área irá receber o prémio individual que pode chegar aos 50 mil euros, acrescido de apoio de consultadoria até aos 12.500 euros.

Na área de Saúde e Bem-Estar os desafios que mereceram as soluções mais inovadoras estão relacionados com problemas ligados ao envelhecimento. O júri terá que decidir se o prémio deve ir para o instrumento de apoio a idosos e pessoas com grande dependência que permite monitorizar continuamente à distância o estado de saúde e a localização da pessoa afectada (KEEPCARE Mobility, da empresa Increase Time) ou se, em vez disso, deve entregar o financiamento ao “desenvolvimento de uma plataforma que promove o envelhecimento activo e a inclusão social através do recurso a tecnologias de interacção e comunicação, adaptando hardware e software às características físicas e intelectuais de cada utilizador” (Porto3i, da empresa SiosLIFE).

No que se refere à Energia as opções são entre a criação de um sistema de iluminação inteligente de espaços públicos “100% alimentado por energia eólica e solar” (Omniled, da empesa Omniflow) ou a proposta da empresa ThinkLight, para que se utilize tecnologia e design urbano “combinando energia fotovoltaica e tecnologia de armazenamento para produzir iluminação selectiva e qualitativa”.

Nos dois outros grandes campos escolhidos para estes Desafios a tarefa do júri será mais complexa, já que cada uma delas tem três hipóteses de escolha, para apenas um vencedor. Na Mobilidade e Ambiente todas as soluções pré-seleccionadas prendem-se com questões de trânsito e os problemas de estacionamento estão em destaque, com duas das propostas a centrarem-se nessa temática.

Assim, a empresa Junta Digital apresentou a proposta GoGarage que consiste no desenvolvimento de “uma plataforma web que pretende maximizar a utilização de espaços disponíveis nos centros urbanos, permitindo a procura, selecção, reserva e aluguer de garagens em espaços privados”, enquanto a solução Eyeparking, da empresa HealthyRoad, assenta no “desenvolvimento de uma solução de gestão de lugares de estacionamento que utiliza câmaras CCTV para identificar a ocupação de lugares e tipo de estacionamento”, disponibilizando esta informação nas plataformas Mobi.me e FIWARE.

A terceira hipótese em cima da mesa do júri é a FREEWAY, da empresa NIBBLE, que aposta na criação de um sistema que permite “em tempo real, adaptar os semáforos das vias para onde se dirigem as viaturas em estado de emergência”.

Os desafios da Cidade Digital são mais abrangentes e as soluções propostas também se debruçam sobre diferentes problemáticas. A pOw, da empresa U-concept, consiste numa plataforma para a utilização de “dinheiro na forma digital”, que facilita o pagamento, compra e gestão dos bilhetes de transportes públicos; a GameOn, da empresa Positivo Blue, é uma plataforma de análise integrada de consumos de água, gás e electricidade, com “tendências, comparação, simulação de tarifários para redução de consumos”; e a Colab.re, da empresa Colaborative City Solutions, é uma aplicação “mobile e web para ligação dos cidadãos portuenses à cidade, tornando-os recursos activos na sua manutenção”.

Os quatro vencedores vão receber um prémio até 50 mil euros, para que possam desenvolver as soluções apresentadas à Câmara do Porto. A verba é disponibilizada pela autarquia e pela EDP, NOS e CEIIA – Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel, a que se junta um apoio de consultoria na ordem dos 12.500 euros por projecto, que será prestado pela empresa Ernst & Young. 

Sugerir correcção
Comentar