Táxis saem da zona de partidas do Aeroporto de Lisboa, ANTRAL contesta decisão

A partir do início de Janeiro, os táxis deixarão de poder estacionar na zona de partidas do Aeroporto de Lisboa, mas uma das organizações empresariais do sector, a ANTRAL, opõe-se a esta medida.

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O objectivo da ANA é que passe a existir uma única praça de táxis no aeroporto Bruno Lisita

A área reservada ao estacionamento de táxis na zona de partidas do Aeroporto de Lisboa vai ser “relocalizada” para a zona de chegadas, de acordo com o assessor de imprensa da ANA – Aeroportos de Portugal, Rui de Oliveira. O presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, considera a decisão “errada” e diz que “a ANA está a prejudicar o público em geral”. O objectivo do projecto – que pressupõe obras também na zona de chegadas do aeroporto – é que passe a existir uma única praça de táxis no aeroporto.

A zona de partidas é um dos dois espaços do Aeroporto da Portela em que os táxis estacionam há muitos anos. Rui de Oliveira diz, porém, que aquela área “não é uma praça de táxis”, mas sim uma zona em que o estacionamento de táxis tem sido permitido. Afirma ainda que, apesar da supressão deste espaço de estacionamento, os taxistas podem aí “largar” os clientes, desde que não fiquem lá parados. Florêncio Almeida considera essa possibilidade “natural e igual aos dez minutos de estacionamento permitidos a qualquer veículo particular”.

Rui de Oliveira não comenta a oposição da ANTRAL, referindo apenas que a ANA  contactou aquela associação e lhe apresentou o projecto, facto confirmado pelo seu presidente, que diz ter havido uma reunião em que teve acesso às plantas.

De acordo com um comunicado da ANTRAL, divulgado através da Agência Lusa, “trata-se de uma praça que foi definida pela Câmara Municipal de Lisboa”. O presidente da associação referiu que os táxis não estariam naquela zona “se [a sinalização] não tivesse sido colocada pela Câmara de Lisboa”, argumentando que a ANA não deveria agir “sem que fossem ouvidos o IMT (Instituto da Mobilidade e Transportes) e a CML”.  Em resposta ao PÚBLICO a câmara informou que “não tem conhecimento nem foi informada desta situação”, acrescentando que “foi com surpresa que recebeu a notícia, sendo ela a entidade que licencia as praças de táxis na cidade”. Rui de Oliveira prefere “não comentar”.

A saída dos táxis da zona de partidas do aeroporto está prevista num projecto da ANA que prevê a realizadas obras nas zonas de chegadas e de partidas do aeroporto. O presidente da Antral sustenta, no entanto, que o objectivo da empresa aeroportuária consiste em construir “um parque para veículos particulares”.

A obras terão a duração de “6 a 7 meses”, segundo o assessor da ANA.

Florêncio Almeida refere ainda que a ANTRAL já se mostrara contra esta decisão e que a medida não prejudica os taxistas mas sim os clientes, considerando que estes “têm de ter a possibilidade de escolha” do local onde procuram os táxis.

"Estamos perante uma alteração unilateral, de facto consumado, que tem frontalmente a oposição da ANTRAL, posição de que daremos conta à AMT [Autoridade Metropolitana de Transportes], ao IMT, à Câmara Municipal de Lisboa, à DGAE [Direção-Geral das Atividades Económicas] e às entidades de defesa do consumidor, para que os interesses gerais e dos consumidores sejam preservados", lê-se no comunicado da ANTRAL. 

Texto editado por José António Cerejo

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