Lamar, Julia Holter ou Björk: os melhores do ano da imprensa internacional

Os nomes de Kendrick Lamar, Julia Holter, Björk, Sufjan Stevens, Jamie xx, Grimes, Courtney Barnett ou Tame Impala são omnipresentes na maior parte das listas dos melhores discos do ano das publicações internacionais.

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O mercado da música está cada vez mais fragmentado. Apesar do modelo económico da indústria estar em transição há mais discos a serem lançados todos os anos. E cada esquina da Internet esconde uma opinião, um verídico, uma sentença. Com este cenário dir-se-ia quase impossível chegar a unanimidades. Mas apesar da aparente dispersão, no entanto, no final do ano, quando se fazem os habituais balanços qualitativos dos melhores lançamentos existe sempre uma série de discos que reúnem um consenso alargado. Em 2015 não foi excepção.

O grande destaque vai sem qualquer margem para dúvida para o americano Kendrick Lamar que através do álbum To Pimp A Butterfly está na liderança de grande parte das listas das publicações culturais mais credíveis e influentes do mundo (Pitchfork, The Guardian, Billboard, Rolling Stone, Spin, Clash ou Dazed and Confused são exemplos) e também em Portugal. É o caso da lista do suplemento ÍPSILON. O rapper que actuou em 2013 no festival Primavera Sound do Porto, altura em que falou com o PÚBLICO, regressará em 2016 a Portugal, a 16 de Julho, para actuar no festival Super Bock Super Rock. Se salta à vista que Lamar se destaca largamente da concorrência, não é menos verdade que existe uma dezena de outros discos que, invariavelmente surgem nos lugares cimeiros da generalidade das listas.

É o caso do álbum mais intimista do americano Sufjan Stevens (Carrie & Lowell), da electrónica melancólica de In Colours do inglês Jamie xx, da electrónica excêntrica da americana Grimes em Art Angels (1ª posição no NME inglês, por exemplo) ou a folk iconoclasta de I Love You, Honeybear do americano Father John Misty. Também os Tame Impala do álbum Currents, ou a islandesa Björk de Vulnicura surgem destacados na maior parte das listas, o mesmo acontecendo com o álbum de estreia do americano Tobias Jesso Jr. (no primeiro lugar da publicação francesa Les Inrockuptibles, por exemplo) ou com Have You in My Wilderness de Julia Holter (1º lugar para as revistas Uncut e Mojo).

No campo do rock o álbum mais celebrado do ano parece ter sido sem dúvida o de Courtney Barnett (Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit) enquanto o universo do R&B teve no americano Miguel, com Wildheart o seu grande protagonista. O álbum Black Messiah de D’Angelo, naquele que terá sido um dos grandes regressos aos palcos do ano, foi lançado no final de Dezembro de 2014, mas muitas publicações optaram por incluí-lo nas suas listas de 2015.

As grandes surpresas nos lugares primeiros das listas terão sido discos como The Epic, álbum na fronteira do jazz do saxofonista americano Kamasi Washington, ou o projecto com origem na República do Congo, os Mbongwana Star, com From Kinshasa, tratado refrescante de colisão entre África e Europa – a plataforma Album Of The Year, por exemplo, na  agregação das classificações das diferentes publicações mundiais coloca-o em 2º lugar, a seguir ao inevitável Kendrick Lamar, e logo antes de Sufjan Stevens.

O panorama em Portugal não foi muito diferente – o facto da esmagadora maioria das publicações continuar a optar por listas separadas para os discos portugueses não dá para salientar grandes especificidades. Talvez com uma excepção. O álbum At Least For Now de Benjamin Clementine, largamente ausente dos primeiros lugares nas publicações internacionais – com excepção para algumas francesas – surge nos lugares cimeiros das listas portuguesas.

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